A economia e o emprego
Sabe-se que no país há uma taxa elevada de desemprego, havendo milhares de jovens que não são absorvidos pelo mercado de trabalho, mesmo tendo formação média e superior. Ter um curso médio ou superior não é hoje em Angola uma garantia de se conseguir rapidamente um emprego , uma vez que o nosso sector empresarial não está ainda em condições de oferecer postos de trabalho a um número elevado de recém-formados em todo o território nacional.
É grande a frustração de muitos jovens que, depois de acabarem os seus cursos médios e superiores, não têm perspectivas de poderem trabalhar pouco depois da formação, tendo muitas vezes de enveredar por actividades que não têm nada a ver com os cursos que fizeram.
Muitos desses jovens desempregados têm ainda, depois de terminarem a sua formação, de viver em casa dos pais, à espera de melhores oportunidades para realizarem os seus sonhos. O desemprego é um dos grandes problemas que temos no país e a sua solução passa pela dinamização da actividade produtiva.
Temos de ter muitas empresas no país para absorver um grande número de desempregados.
Sem empresas a funcionar de forma duradoura, não teremos postos de trabalho disponíveis para os milhares de jovens que estão no desemprego. O Estado tem de ser um actor activo na criação de incentivos para que o sector empresarial possa conhecer uma dinâmica capaz de alavancar a produção e, consequentemente, criar empregos em todo o território nacional. Como disse o ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, "só com o aumento da produção nacional, poderemos criar mais empregos e, assim, aumentarmos os rendimentos das populações, melhorando a qualidade de vida."
É, entretanto, necessário que comecem a emergir no mercado pequenas e médias empresas que possam produzir bens e serviços e que possam assegurar a sua existência por longo tempo. Assiste-se hoje no país à falência de muitas empresas que não conseguem permanecer no mercado, porque não há grande procura dos seus bens ou serviços, devido à crise económica e financeira que o país atravessa. As famílias têm baixos rendimentos, e consequentemente, um baixo poder de compra.
É preciso que as autoridades analisem com atenção a política de preços e de rendimentos, de modo a que se encontrem soluções para que as pessoas possam ter acesso a bens e serviços essenciais produzidos pelas empresas, pois, quando há muita procura de bens e serviços, as empresas e os consumidores ficam a ganhar.