“Lei perigosa e racista”
O secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, qualificou a Lei como “perigosa e racista por excelência”, ao afirmar que “define Israel legalmente como um sistema de apartheid”, de acordo com a agência alemã Deutsche Welle.
Para Erekat, a nova legislação “nega aos cidadãos árabes o direito à auto-determinação” e, por outro lado, obriga-os a serem “determinados pela população judaica”.
O director-geral do Centro Legal pela Defesa dos Direitos da Minoria Árabe (Adalah), Hassan Yabarin, disse à agência Efe que a nova Lei “é imoral e proibi-da de acordo com a Lei internacional”.
“A Lei apresenta elementos do Apartheid, pois consagra a identidade de Israel como estado-nação apenas do povo judeu, apesar dos um milhão e meio de cidadãos palestinianos do Estado e os moradores de Jerusalém Oriental e dos Montes Golã”, afirmou.
Muitos outros países da comunidade internacional consideraram essa política um estímulo à violência e constitui um entrave para a paz na região.
Ao defender que “Jerusalém unificada” é a capital de Israel, a nova Lei confronta uma das bandeiras do movimento palestiniano, que reivindica Jerusalém Oriental como capital do seu futuro estado independente, referem.
UE manifesta preocupação
A União Europeia expressou a sua preocupação pela aprovação da “Lei Básica da NaçãoEstado”, pelo Parlamento israelita, mas escusou-se a condená-la. “A democracia e a igualdade continuam a ser a base da nossa associação com Israel”, começou por referir a porta-voz do Serviço Europeu de Acção Externa da União Europeia, em conferência de imprensa diária do executivo comunitário.
Ao ser questionada sobre a possibilidade de a União Europeia “condenar ou reprovar” que o árabe deixe de ser considerado língua oficial ou que se promovam as comunidades exclusivamente judias, Maja Ko-cijancic limitou- se a manifestar a sua preocupação e a assegurar que esta foi comunicada ao Governo de Israel.
“Fomos muito claros na nossa defesa de uma solução para o conflito israelo-palestiniano com dois Estados, com Jerusalém como capital, e acreditamos que esta decisão torna mais difícil que esta se faça realidade”, sublinhou.