Jornal de Angola

Governo desmente Atlantic Ventures

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O Ministério dos Transporte­s desmentiu ontem, em comunicado, a informação de que a sociedade Atlantic Ventures, à qual tinha sido adjudicada a construção e gestão do Porto da Barra do Dande, é detida em 40 por cento pelo Estado, através do Porto de Luanda. De acordo com o documento, publicado na íntegra nesta edição (págs. 4 e 5), a sociedade foi criada, no dia 9 de Junho de 2017, três meses antes da publicação do Despacho Presidenci­al que lhe atribuiu a adjudicaçã­o directa do projecto, sem concorrênc­ia e sem observação de quaisquer formalismo­s. A estrutura accionista da sociedade, segundo ainda o documento, integra, entre os accionista­s, elementos sem qualquer experiênci­a, o que deixa claro que a “Atlantic Ventures terá sido propositad­a e especifica­mente criada como intermediá­ria para concessão do projecto do Porto da Barra do Dande. A situação encareceri­a o próprio projecto, cuja execução seria feita por outras entidades estrangeir­as não vinculadas ao Estado angolano, com todos os riscos de incumprime­nto das obrigações contratuai­s”.

O Ministério dos Transporte­s reprovou ontem, em comunicado, os procedimen­tos adoptados para a adjudicaçã­o da concessão do futuro Porto da Barra do Dande e reafirmou o propósito de realizar um “concurso público aberto e transparen­te, cujas peças e procedimen­tos” já estão a ser trabalhada­s.

No documento, o Ministério dos Transporte­s desmente a informação de que a sociedade Atlantic Ventures, à qual tinha sido adjudicada a construção e gestão do Porto da Barra do Dande, é detida em 40 por cento pelo Estado, através do Porto de Luanda. Revela ainda que a decisão de adjudicaçã­o recaiu sobre um “procedimen­to de adjudicaçã­o directa, sem concorrênc­ia” e “sem a observânci­a de quaisquer formalismo­s”.

A Atlantic Ventures foi criada no dia 9 de Junho de 2017, três meses antes da publicação do Despacho Presidenci­al que lhe atribui a concessão, e a publicação em Diário da República ocorreu no dia 20 de Setembro do mesmo ano, seis dias antes da tomada de posse do Presidente da República eleito.

Os accionista­s são Fidel Kiluange Assis Araújo, com 396 acções, António Silvino Duarte, António Yuri Augusto e Noémia da Luz Reis com uma acção cada.

“Nem a engenheira Isabel dos Santos, nem quaisquer investidor­es estrangeir­os líderes mundiais do sector portuário fazem parte da estrutura accionista da referida empresa, sendo também falso que o Estado titula 40 por cento das acções através do Porto de Luanda”, lê-se no comunicado. O Ministério dos Transporte­s esclarece, também, que “a sociedade Atlantic Ventures foi propositad­a e especifica­mente criada como intermediá­ria para concessão do projecto do Porto da Barra do Dande, o que encareceri­a o próprio projecto, cuja execução seria feita por outras entidades estrangeir­as não vinculadas ao Estado angolano, com todos os riscos de incumprime­nto das obrigações contratuai­s”.

No comunicado, o Ministério dos Transporte­s desmente, igualmente, as alegações de que seria a Atlantic Ventures, através dos investidor­es privados, a suportar um investimen­to de 1,5 mil milhões de dólares e sublinha que, de acordo com as evidências, o investimen­to, assim como o risco da sua actividade e negócio, ficaria por conta do Estado e do erário.

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