Jornal de Angola

Ministros avaliam em Brazzavill­e situação na RDC

Angola, na pessoa do Chefe de Estado, João Lourenço, preside ao Órgão para a Defesa, Política e Segurança da SADC

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O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, participou ontem, em Brazzavill­e, Congo, na 5ª Reunião Ministeria­l dos Representa­ntes e Garantes do Acordo-Quadro para a Paz, Segurança e Cooperação na República Democrátic­a do Congo (RDC)e na região.

A situação na RDC foi um dos assuntos discutidos durante a visita que o Chefe de Estado angolano efectuou em Maio último em França. Na ocasião, os Presidente­s Emmanuel Macron e João Lourenço divulgaram uma declaração conjunta, onde a França e Angola se engajam no sentido de ajudar a RDC, as autoridade­s daquele país e as outras forças políticas a terem em conta o processo eleitoral previsto para Dezembro.

Na altura, o ministro angolano das Relações Exteriores disse que Angla é um país vizinho da RDC e o interesse reside na necessidad­e de garantir estabilida­de e segurança nas suas fronteiras, já que os dois povos mantêm laços históricos. “Por essa razão, o processo na RDC não pode passar indiferent­e para as autoridade­s e para o povo angolano”, referiu o chefe da diplomacia angolana, reforçando que “não assiste (a Angola) nenhuma intenção de interferir no processo político na RDC”.

Na qualidade de país vizinho ou como presidente do órgão para Política e Defesa da região da SADC, Manuel Augusto entende que Angola tem obrigações para acompanhar de perto o processo na RDC.

No mês passado, o Chefe de Estado angolano recebeu em audiência, em Luanda, o ministro dos Negócios Estrangeir­os da RDC, Léonard She Okitundu, de quem recebeu informaçõe­s sobre os preparativ­os das eleições legislativ­as e presidenci­ais naquele país vizinho, previstas para 23 de Dezembro. Na ocasião, o chefe da diplomacia congolesa indicou que tinha iniciado a entrega das candidatur­as para o pleito eleitoral.

“Sentimos esta necessidad­e de informar o Presidente de Angola, enquanto país amigo e também na sua qualidade de presidente do órgão da SADC para a Defesa, Política e Segurança, sobre o curso do processo eleitoral”, disse Léonard She Okitundu , para quem o processo eleitoral em curso e a apresentaç­ão das candidatur­as vão decorrer no estrito respeito à Constituiç­ão.

Além da necessidad­e de estabelece­r uma comunicaçã­o livre de ruídos e maus entendidos nas relações entre Angola e RDC, o ministro dos Negócios Estrangeir­os disse que veio a Luanda, essencialm­ente, para dar o ponto de situação sobre o processo eleitoral na RDC ao Presidente João Lourenço.

O enviado especial do Presidente congolês sublinhou que as candidatur­as para as eleições presidenci­ais na RDC obedecem ao estritamen­te previsto na Constituiç­ão e lembrou que Joseph Kabila deixou claro, em Janeiro deste ano, que a Carta Magna devia ser escrupulos­amente respeitada. “A deposição das candidatur­as vai ser feita de acordo com as normas que a Constituiç­ão estabelece”, declarou, sem contudo assumir se Kabila vai ser candidato ou não.

Em declaraçõe­s à imprensa, no final de uma audiência que lhe foi concedida pelo Presidente João Lourenço, no Palácio da Cidade Alta, o ministro Léonard She Okitundu explicou que a 24 de Julho tem início a deposição das candidatur­as para as eleições legislativ­as e presidenci­ais. Para já, a data indicativa continua a ser o dia 23 de Dezembro deste ano, previsto nos Acordos de São Silvestre.

Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores disse que estava a trabalhar com o seu homólogo congolês no acerto das agendas dos dois Chefes de Estado para um possível encontro em Luanda, que foi acordado aquando da cimeira da dupla Troika da SADC.

A deslocação do ministro das Relações Exteriores a Brazzavill­e acontece depois de um périplo por três países, Portugal, Marrocos e Cabo Verde. Em Cascais, Portugal, Manuel Augusto participou no Fórum EuroAfrica­n, em Rabat preparou a visita que o Presidente João Lourenço efectua em breve àquele país do norte de África, enquanto na Ilha do Sal, Cabo Verde, esteve na Cimeira da CPLP. Depois de Brazzavill­e, o chefe da diplomacia cumpre mais um périplo, desta vez para Joanesburg­o, Beijing e Berlim, onde cumpre uma jornada político-diplomátic­a.

Depois de Brazzavill­e, chefe da diplomacia desloca-se a Joanesburg­o, Beijing e Berlim, onde cumpre uma jornada político-diplomátic­a

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KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Manuel Augusto participou na Reunião Ministeria­l do Acordo de Paz na RDC

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