Ravinas ameaçam desabrigar mais de 300 famílias em Viana
Casas construídas nas imediações de ravinas nos bairros da Caop A, B e C, Capalanga e Boa-Fé estão em risco de serem engolidas. Mais de 300 famílias podem ficar ao relento.
Mais de 300 famílias que construíram moradias nas imediações de ravinas nos bairros da Caop A, B e C, Capalanga e Boa-Fé, no município de Viana, província de Luanda, podem ficar desabrigadas devido ao alastramento do fenómeno natural.
O administrador municipal adjunto para a Área Técnica, Fernando Binje, disse à Angop que a administração está preocupada porque as ravinas são muito profundas, pelo que são necessárias obras de grande vulto para estancar a sua progressão.
O responsável confirmou ter sido já realizado, em Junho, um levantamento feito por técnicos do Ministério da Construção e Obras Públicas, com a participação da Administração Municipal de Viana e do Laboratório de Engenharia de Angola.
Fernando Binje alertou que, sempre que chove, há alargamento das ravinas, um facto que já levou ao reassentamento de 30 famílias, na zona da Casa Branca, distrito urbano da Baia, onde receberam lotes para autoconstrução dirigida.
O administrador municipal adjunto para a área Técnica disse ser preocupante o número ainda expressivo de cidadãos que insistem em construir sobre as linhas naturais de águas pluviais. As pessoas devem evitar construir em áreas inapropriadas e depositar lixo nas linhas de água, porque, quando chove, a água arrasta tudo o que estiver no seu caminho, adiantou Fernando Binje.
A administração está a proceder à limpeza das linhas de águas pluviais e a desenvolver trabalhos de sensibilização nas comunidades.
Fernando Binje acentuou que as construções em áreas de risco e sem autorização da administração de Viana são geralmente feitas aos fins-de-semana ou no período nocturno.
O administrador municipal adjunto reconheceu que, devido à extensão territorial de Viana e por ter cerca de três milhões de habitantes, não é possível colocar fiscais em todos os pontos do município. “Temos que ter autodisciplina e as pessoas devem saber as consequências das suas acções”, afirmou Fernando Binje, que disse haver moradores que já abandonaram as suas moradias na zona da Caop B e estão a viver em zonas mais seguras, em casa de familiares.
O presidente da Comissão de Moradores da Caop B, Mário Ferraz, disse recentemente à comunicação social que sempre que chove as ravinas ficam mais largas, o que provoca o desalojamento de várias famílias.