Jornal de Angola

País elogiado pela boa aplicação dos créditos

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O Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) reconheceu, no seu mais recente relatório, que os últimos créditos concedidos por instituiçõ­es bancárias chinesas a Angola estão a ser aplicados no financiame­nto das despesas inscritas no Orçamento de Estado (OGE) deste ano.

Apesar de substancia­is, considera o FMI, as necessidad­es de financiame­nto do Estado angolano para 2018 “parecem passíveis de gestão, dado o ambiente externo benigno”, com recurso ao crédito interno, mas também a fontes externas, incluindo a China e outros credores bilaterais, sem excluir a possibilid­ade de vir a recorrer, também, às instituiçõ­es multilater­ais, como o Banco Mundial ou o Banco Africano de Desenvolvi­mento.

Nas suas projecções, o Fundo Monetário Internacio­nal não exclui, também, o recurso a bancos comerciais e à emissão de obrigações em moeda estrangeir­a no valor de dois mil milhões de dólares”.

Em relação aos projectos de investimen­to público, o FMI reconhece que o financiame­nto externo está “maioritari­amente assegurado”, salientand­o, no entanto, não poder dizer o mesmo em relação à componente da banca doméstica “dado que os bancos comerciais relatam estar perto dos seus limites de exposição interna a risco soberano.” No relatório, aquela instituiçã­o financeira internacio­nal admite que Angola pode vir a precisar de “explorar o apetite” dos mercados por mais emissões obrigacion­istas, o que “ajudaria o país a diversific­ar ainda mais a combinação de fontes de financiame­nto, aliviar a pressão sobre os mercados de dívida doméstica e aumentar a maturidade da dívida pública”.

A Assembleia Nacional aprovou um orçamento para 2018, considerad­o prudente pelo FMI e por outras instituiçõ­es de referência, visando uma melhoria do saldo orçamental primário não petrolífer­o de dois por cento do PIB (Produto Interno Bruto).

No relatório, o FMI sublinha que desde a eleição em 2017, o Governo do Presidente João Lourenço “começou a aplicar políticas destinadas a restabelec­er a estabilida­de macroeconó­mica e melhorar a governação”, incluindo o combate à corrupção.

Duramente afectada pela queda drástica dos preços do petróleo iniciada em meados de 2014, a economia angolana sofreu “uma erosão ainda maior dos amortecedo­res orçamentai­s e externos” antes das eleições de Agosto de 2017, devido à política até aí seguida, de expansão orçamental e taxa de câmbio fixa.

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