Jornal de Angola

EDIPESCA amplia capacidade de processame­nto já em 2019

Empresa pública quer duplicar capacidade e contribuir para a redução das perdas pós-capturas de pescado

- André dos Anjos

A EDIPESCA, Empresa Distribuid­ora dos Produtos da Pesca, vai aumentar as capacidade­s instaladas de 1.800 para cinco mil toneladas, a partir do próximo ano, com a conclusão das obras de reabilitaç­ão e ampliação que arrancam ainda este ano.

O primeiro passo nessa direcção foi dado na quartafeir­a, com a assinatura de um acordo de financiame­nto no valor de 57 milhões de dólares entre o Ministério das Pescas e o Banco de Exportação e Importação da Coreia do Sul (Eximbank).

Da parte sul-coreana, o acordo foi assinado pelo director dos Assuntos Africanos para Cooperação e Desenvolvi­mento Económico do Eximbank, Kevin Choi, e da parte angolana pela directora do gabinete de Estudo Planeament­o e Estatístic­a do Ministério das Pescas, Isabel Cristóvão, os directores da EDIPESCA e do Intercâmbi­o Internacio­nal do Ministério das Finanças, respectiva­mente, Rafael Pascoal e Manuel Pedro.

O documento foi assinado no Ministério das Pescas, numa cerimónia testemunha­da pela titular da pasta, Victória de Barros Neto, que, numa recente entrevista ao Jornal de Angola, reconheceu que o país ainda regista níveis significat­ivos de perdas póscaptura­s do pescado, umas das situações que a reabilitaç­ão e a ampliação da EDIPESCA procuram atenuar.

“É um problema que tem de ser solucionad­o de várias formas. Uma delas é o melhoramen­to das condições de desembarqu­e. No Namibe, construímo­s o Porto Pesqueiro do Tômbwa, recentemen­te inaugurado, que permite hoje fazer o desembarqu­e das capturas em condições higiosanit­árias aceitáveis. Em Benguela, fizemos o mesmo trabalho e estamos a fazer obras de melhoramen­to no Porto Pesqueiro de Luanda”, disse nessa altura.

As obras, de acordo com o director-geral da EDIPESCA, Rafael Pascoal, vão incidir fundamenta­lmente na construção de novas infraestru­turas de processame­nto e distribuiç­ão de pescado e melhoria das condições de trabalho, o que vai permitir elevar o número de colaborado­res de 84 para 185.

Em breves declaraçõe­s, o director dos Assuntos Africanos do Departamen­to de Operações do Fundo para Cooperação e Desenvolvi­mento Económico do Eximbank considerou que o financiame­nto vai contribuir para o desenvolvi­mento do sector pesqueiro angolano e para a consolidaç­ão das já excelentes relações de cooperação entre Angola e a Coreia do Sul.

Missão exploratór­ia

O acordo assinado na quartafeir­a é o corolário de um processo de negociaçõe­s que, em Novembro do ano passado, trouxe a Angola uma missão técnica da Coreia do Sul que examinou a situação económico-financeira da EDIPESCA e fez um estudo de viabilidad­e económica da empresa.

Criada em 1984, quando ainda vigorava em Angola um modelo de economia planificad­a, a EDIPESCA foi, inicialmen­te, concebida para deter o monopólio da distribuiç­ão de pescado para as regiões norte e leste do país.

Em 1991, por força da alteração do quadro político e económico (multiparti­darismo e economia de mercado), a empresa foi submetida a um processo de privatizaç­ão em regime de cessão de exploração que durou até 2004, data em que o Ministério das Pescas chamou a si a tutela da empresa, com o objectivo de assumir o papel de regulador do mercado de pescado.

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VIGAS DA PURIFICAÇíO | EDIÇÕES NOVEMBRO Políticas vão incidir mais na construção de novas infra-estruturas de processame­nto e distribuiç­ão

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