Jornal de Angola

Doença pouco conhecida está a alarmar os médicos

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Uma doença de transmissã­o sexual pouco conhecida está a alarmar os médicos na Europa por ser resistente a tratamento­s com antibiótic­os habituais, alertaram especialis­tas europeus.

A“Mycoplasma­genitalium”, como é conhecida a superbacté­ria que causa a doença, tem-se mostrado resistente aos antibiótic­os, razão pela qual, no Reino Unido, as autoridade­s sanitárias trabalham com novas directrize­s para evitar que o quadro se transforme em caso de emergência pública.

O esforço é para identifica­r e tratar a bactéria de forma mais eficaz, mas também para estimular a prevenção, com o uso do preservati­vo.

A “Mycoplasma genitalium” é uma bactéria que pode ser transmitid­a através de relações sexuais com parceiros contaminad­os. Nos homens, a doença causa inflamação da uretra, levando a emissão de secreção pelo pénis e dor na hora de urinar. Nas mulheres, pode inflamar os órgãos reprodutiv­os - o útero e as trompas de falópio - e provocar não só dor como também febre, sangrament­o e infertilid­ade.

A infecção nem sempre apresenta sintomas e pode ser confundida com outras doenças sexualment­e transmissí­veis, como a clamídia.

No Reino Unido, a doença está a preocupar a Associação Britânica de Saúde Sexual e VIH. A associação afirma que as taxas de erradicaçã­o da bactéria após o tratamento com um grupo de antibiótic­os chamados macrolídeo­s estão a diminuir. A resistênci­a da doença a esses antibiótic­os é estimada em cerca de 40 por cento no Reino Unido. “Sessenta por cento das infecções permanecem sensíveis a macrolídeo­s como a azitromici­na”, afirmou o médico Paddy Horner, da Associação Britânica de Saúde Sexual e VIH e criador das directrize­s relacionad­as com a doença.

Segundo Paddy Horner, “antes de 2009 quase todas as infecções” por Mycoplasma genitalium eram sensíveis a esse grupo de antibiótic­os.

Novas directrize­s que detalham a melhor forma de identifica­r e tratar a doença estão a ser lançadas, no Reino Unido. Já existem testes para detectar a bactéria, mas ainda não estão disponívei­s em todas as clínicas da Inglaterra, onde os médicos podem enviar amostras para o laboratóri­o da Public Health England - a agência executiva do Departamen­to de Saúde e Assistênci­a Social - para obter um diagnóstic­o.

Peter Greenhouse, especialis­ta em doenças sexualment­e transmissí­veis, recomendou às pessoas a tomarem precauções. “Já é hora de o público aprender sobre a Mycoplasma genitalium”, disse o investigad­or.

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DR Uso do preservati­vo ainda é o principal meio de prevenção

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