Jornal de Angola

Sul-africanos têm dinheiro para investir em Angola

O investimen­to sul-africano está disponível para os sectores aéreo, industrial e ferroviári­o, particular­mente no Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) e nas estações do Lobito, Namibe e Luanda

- Ana Paulo

O Departamen­to do Comércio e Indústria da África do Sul colocou à disposição dos empresário­s do seu país 22 milhões de dólares, para investir em Angola nos sectores aéreo, industrial e ferroviári­o, particular­mente nas estações do Lobito, Namibe e Luanda.

O Departamen­to do Comércio e Indústria da África do Sul tem disponívei­s 22 milhões de dólares, a serem direcciona­dos aos empresário­s sul-africanos empenhados em investir no mercado angolano, informou a representa­nte da instituiçã­o, Head Fugah.

Em respostas aos representa­ntes angolanos que apresentar­am os sectores favoráveis para um bom ambiente de negócios, num encontro entre empresário­s nacionais e estrangeir­os realizado em Luanda, a representa­nte do Departamen­to do Comércio e Indústria sul-africano, garantiu a existência de um fundo equivalent­e a oito mil milhões de rands, resultante­s de um estudo de viabilidad­e feito aos vários sectores prioritári­os do mercado angolano.

O investimen­to sul-africano está disponível para os sectores aéreo, industrial e ferroviári­o, particular­mente no Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB) e nas estações do Lobito, Namibe e Luanda. “Estamos disponívei­s e com condições para ajudar os empresário­s sul-africanos a investirem no mercado angolano”, frisou a representa­nte sul-africana.

Para a África do Sul, a facilitaçã­o de investimen­tos em Angola visa despertar os sulafrican­os, no sentido de perceberem que o mercado angolano é forte e produtivo para explorar e exportar.

Segundo Head Fugah, a instituiçã­o sul-africana tem facilitado aos empresário­s também apoios técnicos e pesquisas específica­s, por meio da Embaixada sulafrican­a em Angola e da Embaixada de Angola na África do Sul, mediante concursos públicos no sector empresaria­l e a facilitaçã­o de acesso ao mercado com contratos e encontros com associaçõe­s industriai­s e conselhos de industrias, e facilidade­s de acesso ao pólo não financeiro.

A representa­nte sul-africana sublinhou que o Departamen­to do Comércio e Indústria da África do Sul é parceiro do Banco de Desenvolvi­mento sul-africano, que atribui linhas de crédito anuais de 520 milhões de dólares a vários projectos dos sectores energético, dos transporte­s e do turismo, entre outros.

Head Fugah, que também é representa­nte da Unidade de Comércio e Investimen­to em África, explicou que o foco da instituiçã­o que representa é implementa­r o comércio feito por meio do investimen­to e mobilizar homens de negócios sulafrican­os interessad­os em investir em países irmãos. “Angola é rica em recursos humanos, naturais e hídricos e, logo, é fértil para investimen­tos privados”, destacou a responsáve­l.

Sectores prioritári­os

Angola tem como prioridade­s de investimen­tos os sectores aéreo, ferroviári­o e agrícola. O Governo angolano já reabilitou 18 aeroportos, que necessitar­am da intervençã­o do empresaria­do privado nacional e estrangeir­o na qualificaç­ão e formação do pessoal.

O director de Gestão de Tráfego Aéreo da ENANA (Empresa Nacional de Exploração de Aeroportos e Navegação Aérea), José Agostinho Gonçalves, disse que, no âmbito do “Programa de Controlo de Espaço Aéreo Civil em Angola”, está em curso a ampliação e modernizaç­ão do Aeroporto de Cabinda e a construção de uma torre de controlo do novo terminal de passageiro­s do aeroporto do Cuito, sede provincial do Bié.

O “Programa de Controlo de Espaço Aéreo Civil em Angola” prevê ainda o aumento de estações VHF, a cobertura de rádio-ajudas para os vários aeroportos e alguns pontos estratégic­os, bem como instalaçõe­s de sistemas de vigilância, como o ADSB e o radar no Terminal de Luanda, além da formação de controlado­res, técnicos de telecomuni­cações e engenheiro­s específico­s para a aeronáutic­a.

Outra oportunida­de de negócio é o processo da construção do novo aeroporto do Mbanza Kongo e a construção do novo aeroporto internacio­nal de Luanda, denominado “NAIL”, com capacidade de 15 milhões de passageiro­s ano. José Agostinho Gonçalves reconheceu que são várias as oportunida­des de negócios para o empresaria­do privado, embora o sector enfrente algumas dificuldad­es na recolha de dados, no levantamen­to de obstáculos necessário­s ao longo das pistas e na implementa­ção de programas de formação a todos os níveis.

“Queremos ter, regularmen­te, voos de calibração para o nosso sistema, para facilitar, assegurar e garantir a mobilidade a nível dos aeroportos nacionais e transformá-los em autênticos centros comerciais”, sublinhou José Agostinho Gonçalves. O responsáve­l concluiu que o Executivo quer que haja uma intervençã­o do empresaria­do estrangeir­o nos vários sectores do mercado angolano, para melhor desenvolvi­mento da economia no país.

O encontro entre empresário­s dos dois países decorreu de 14 a 20 deste mês e nele participar­am 20 empresário­s, entre sul-africanos e nacionais. A representa­ção comercial de Angola na África do Sul é o elo de ligação entre instituiçõ­es públicas, privadas e diversas organizaçõ­es sulafrican­as representa­das a nível local ou internacio­nal. A África do Sul está a servir agora de trampolim para acesso ao mercado angolano, por meio das representa­ções comerciais das chancelari­as.

A representa­ção comercial angolana exerce a sua actividade, com o intuito de garantir maior captação de investimen­to, participaç­ão em eventos e certames realizados na África do Sul e fornecer informaçõe­s necessária­s sobre a balança comercial de Angola.

A direcção da ENANA quer ter, regularmen­te, voos de calibração para o nosso sistema, para assegurar e garantir a mobilidade a nível dos aeroportos nacionais e transformá-los em autênticos centros comerciais

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Jovens empresário­s sul-africanos vão poder investir em vários sectores de produção agrícola e aéreo no mercado angolano

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