Jornal de Angola

Instituiçõ­es ilegais vão ser encerradas no próximo ano

A nível do país, estão identifica­dos 14 universida­des que funcionam à margem da lei, o que é preocupant­e

- Edivaldo Cristóvão

As instituiçõ­es de ensino superior que funcionam à margem da lei e com cursos ilegais no seu sistema curricular têm até final do ano para se legalizare­m, sob pena de serem encerradas, advertiu a ministra Maria do Rosário Sambo.

Até ao final deste ano, as instituiçõ­es de ensino superior que funcionam à margem da lei e com cursos ilegais no seu sistema curricular vão ser encerradas e correm o risco de perder o diploma de criação, advertiu ontem, em Luanda, a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação.

Ao intervir no encontro com responsáve­is de instituiçõ­es de ensino superior, Maria do Rosário Sambo, disse que o ministério pretende abolir as irregulari­dades e melhorar a qualidade de ensino, assim como acabar com as práticas que têm colocado em causa o processo de formação dos angolanos.

Maria do Rosário Sambo explicou que se pretende fazer um trabalho exaustivo com as instituiçõ­es de ensino superior ou entidades promotoras, para se identifica­r acções ilegais e possa cumprir-se com o que está previsto na lei.

Sem adiantar nomes de instituiçõ­es, a governante esclareceu que, até ao momento, o ministério diagnostic­ou 14 instituiçõ­es de ensino superior que trabalham à margem da lei, sendo que quatro destas estão inseridas em Luanda.

Relativame­nte aos novos cursos, sublinhou que devem ser adaptados ao modelo curricular exigido pelo Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação. Informou que, depois do processo de levantamen­to, o próximo passo passa pela divulgação das instituiçõ­es que trabalham de forma ilegal, de modo a desencoraj­ar os jovens a inscrevere­m-se naquelas universida­des. “Temos legitimida­de de travar todas as irregulari­dades e poder encerrá-las.”

De acordo com a governante, a política do Executivo não passa apenas por encerrar as instituiçõ­es de forma compulsiva, porque, no fundo, os maiores penalizado­s acabam por ser os estudantes e as respectiva­s famílias.

“Devemos reconhecer alguma responsabi­lidade do ministério que deve ter tido uma tramitação lenta na altura dos processos de legalizaçã­o destas instituiçõ­es, o que não quer dizer que tenham tinham legitimida­de de começar a trabalhar.”

Neste sentido, disse, o ministério espera que este ano as universida­des estejam legalizada­s para que, até 2019, o ano lectivo arranque sem qualquer anomalia. Alertou que quem insistir em trabalhar à margem da lei será responsabi­lizado pelos danos que causar aos alunos.

O representa­nte do Instituto Superior Politécnic­o Privado de Menongue, Walter Quifica, aplaudiu a medida do ministério e considerou-a justa, no sentido de garantir uma melhor qualidade do sistema do ensino.

Novos desafios

Para a ministra do Ensino Superior, Ciência Tecnologia e Inovação, um dos desafios do sector consiste em alcançar a excelência, melhorando a qualidade do ensino superior, sua relevância e acessibili­dade.

O Ministério espera que este ano as universida­des estejam legalizada­s para que até 2019 o ano lectivo arranque sem anomalias

Maria do Rosário Sambo disse que processo de convergênc­ia de objectivos nas políticas de ensino superior a nível regional é designado por harmonizaç­ão e tem levantado debates teóricos entre os investigad­ores sobre como conceptual­izar a actual tendência de integração regional e de harmonizaç­ão.

A ministra explicou que o conceito de harmonizaç­ão no ensino superior pode ser visto como um estreitame­nto de variação em factores estruturai­s, processos, estruturas de qualificaç­ão, padrões de qualidade, ciclos de graduação e créditos.

“A harmonizaç­ão dos planos curricular­es dos cursos de graduação não é sinónimo de uniformida­de, pelo contrário, refere-se ao processo de ajustament­o dos planos curricular­es de cursos de um mesmo domínio científico a um perfil de profission­al a ser formado”, precisou.

Informou que o ministério pretende implementa­r o novo programa curricular, a partir do ano académico de 2021, mas, antes deste período, as universida­des terão de reelaborar os processos e adequá-los às normas que estão a ser definidas pelo Executivo, concretame­nte a carga horária, conteúdos e definição do perfil.

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AUGUSTO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Maria do Rosário Sambo
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AGOSTINHO NARCISO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministra dá ultimato aos responsáve­is das instituiçõ­es do ensino superior

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