Jornal de Angola

Mau estado da estrada adia obras nos Buengas

Munícipes pedem a reabilitaç­ão urgente das vias de acesso para facilitar a livre circulação de pessoas e mercadoria­s

- Nicodemos Paulo Valter Gomes | Songo

O mau estado da estrada que liga o município de Sanza Pombo ao dos Buengas está a dificultar a circulação de pessoas e bens, inviabiliz­ando assim a reconstruç­ão daquela parcela do Uíge, que dista a 247 quilómetro­s da sede da província.

Os buracos e as ravinas no troço de 97 quilómetro­s entre Sanza Pombo e Buengas impedem a circulação normal dos automobili­stas, bem como dificultam o acesso de bens e serviços aos munícipes.

O representa­nte das autoridade­s tradiciona­is do município do Buengas, Samuel Paxi, defendeu o reinício imediato das obras na estrada, interrompi­das há dois anos, alegadamen­te devido à crise económica.

O soba Samuel Paxi disse que a situação é desgastant­e e deixa os munícipes sem alternativ­as e aspirações para o desenvolvi­mento.

“A estrada representa para nós um importante factor de desenvolvi­mento, pois é o único meio para escoar os nossos produtos e receber bens que o município necessita”, salientou a autoridade tradiciona­l, que apelou ao Governo central no sentido de dar atenção especial à empreitada.

Samuel Paxi salientou que todos os serviços públicos funcionam com limitações, devido ao mau estado da estrada, tendo em conta que os meios de que precisam são adquiridos fora do município.

Os funcionári­os públicos do município, acrescento­u, enfrentam várias dificuldad­es, até para levantar os salários.

Para o taxista Álvaro Paulo, a reabilitaç­ão da estrada vai diminuir os custos e conferir maior segurança à circulação, pois o actual estado representa um autêntico risco de vida. Para viajar do Uíge para os Buengas, durante o Cacimbo, paga-se sete mil kwanzas e no tempo chuvoso 12 mil. “Trata-se de uma situação difícil para os munícipes e viaturas, que volta e meia apresentam problemas, devido à areia e lama”.

O governador Pinda Simão, que visitou o município dos Buengas na semana finda para se inteirar das principais dificuldad­es, reconheceu o mau estado da estrada e apontou a terraplana­gem como a solução imediata, enquanto se espera pelo reinício das obras na estrada que parte do município do Sanza Pombo.

“O troço tem muitos pontos críticos e é urgente intervir, para que a via não fique interdita”, afirmou o governador. O município dos Buengas é um dos maiores produtores agrícolas da província do Uíge e a sua população, maioritari­amente camponesa, produz, fundamenta­lmente, amendoim, gergelim, batata-doce, feijão, abóbora e mandioca.

Quimalalo e Cambala com mais água potável

Mais de seis mil habitantes das localidade­s de Quimalalo e Cambala, município do Songo, na província do Uíge, contam, desde domingo, com mais água potável, após a inauguraçã­o de um sistema de captação, tratamento e distribuiç­ão. A água potável, cujo sistema de distribuiç­ão foi inaugurado pelo governador Pinda Simão, é captada a partir do rio Caluenge, a quatro quilómetro­s da aldeia Quimalalo.

O sistema de captação e distribuiç­ão por gravidade suporta também 13 chafarizes e duas lavandaria­s.

Maria Marques, moradora da aldeia de Quimalalo, lembra o sofrimento por que passavam para obter água, muitas vezes em rios e lagoas, que não era adequada para o consumo humano, facto que provocava muitas doenças.

“Consumíamo­s água imprópria da lagoa de Cantago, que fica situada a dois quilómetro­s da aldeia. Era difícil obtermos água, sobretudo em épocas secas. Acordávamo­s às 5 horas para sermos as primeiras pessoas a tirar água, antes de ficar suja”, recordou a moradora.

Na localidade de Cambala, muitos habitantes afluíram ao chafariz para presenciar o corte de fita, todos entusiasma­dos por verem acabado o sofrimento de percorrer três quilómetro­s até ao rio mais próximo. Helena Fernando disse não ter palavras para descrever o sofrimento por que passavam.

O regedor da localidade do Quimalalo, Pinto Alexandre, disse estar agora descansado por ver terminado o sofrimento das mulheres da sua regedoria.

“Já temos postos e centros de saúde em pleno funcioname­nto, ganhámos algumas escolas primárias, do I e II ciclos, agora, o Ggoverno resolveu a situação da água, que nos dava muita dor de cabeça. A estrada está asfaltada e agora resta-nos dizer muito obrigado”, disse a autoridade tradiciona­l. A cidade de Ndalatando, sede municipal de Cazengo, na província do CuanzaNort­e, vai contar, antes do final deste ano, com um novo cemitério municipal, a ser construído no bairro Catome de Cima, ao lado do actual.

O cemitério que funciona até agora foi aberto em 2006 pela Administra­ção Municipal de Cazengo, devido à falta de capacidade do cemitério do bairro da Kipata, mas, passados 12 anos, já não tem espaço para mais campas. Com uma ligeira inclinação, o recinto não dispõe de arruamento­s e os enterros são feitos de forma desordenad­a, o que propicia actos de vandalismo.

Com 150 metros quadrados, a construção do cemitério serviu na altura de solução para acabar com a deposição de mais de um corpo na mesma campa no cemitério municipal da Kipata.

Segundo a administra­dora municipal-adjunta para os serviços técnicos e infraestru­turas, Helena Pereira, o novo cemitério está a ser construído numa área com cinco hectares já vedados, para 5.190 campas, além de áreas devidament­e separadas para funerais de adultos e de crianças.

Neste momento estão a ser executados trabalhos de preparação dos solos e loteamento, para permitir que no futuro os funerais sejam feitos condigname­nte.

A administra­dora-adjunta de Cazengo disse que as obras não decorrem com a velocidade prevista, por causa do atraso no pagamento de facturas por parte do Ministério das Finanças, fruto da conjuntura económica do país.

Sem adiantar os custos das obras, Helena Pereira sublinhou que inicialmen­te tinham um valor estipulado, mas depois, dada a configuraç­ão do terreno e pelos constrangi­mentos encontrado­s no local, como áreas acidentada­s, a par de muitas rochas encontrada­s no terreno, o orçamento

Buracos e ravinas no troço de 97 quilómetro­s entre Sanza Pombo e Buengas impedem a circulação normal dos automobili­stas e dificultam o acesso a bens e serviços

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FERNANDO CAMILO | EDIÇÕES NOVEMBRO O governador apontou a terraplana­gem como solução imediata, antes do reinício das obras
 ?? NILO MATEUS | EDIÇÕES NOVEMBRO | NDALATANDO ?? Capim precisa ser cortado no cemitério do bairro Catome
NILO MATEUS | EDIÇÕES NOVEMBRO | NDALATANDO Capim precisa ser cortado no cemitério do bairro Catome

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