Jornal de Angola

“Apagão” deixa 37 pessoas presas em 31 elevadores

Nem todos os ascensores da centralida­de têm sistema “black-out”, que permite a abertura automatica­mente

- Edivaldo Cristóvão

Um corte de energia eléctrica ocorrido ao princípio da noite de segunda-feira na Centralida­de do Kilamba, em Luanda, fez com que 37 pessoas, entre crianças e adultos, ficassem 30 minutos presas em 31 elevadores.

Um corte de energia eléctrica ocorrido ao princípio da noite de segunda-feira, na Centralida­de do Kilamba, em Luanda, fez com que 37 pessoas ficassem presas em 31 elevadores durante 30 minutos.

Não foi a primeira vez que pessoas ficaram presas em elevadores na Centralida­de do Kilamba, pelas mesmas razões, mas nunca se registou um elevado número como o de segunda-feira.

As 37 pessoas, entre crianças e adultos, e as suas famílias não ganharam para o susto. O pânico foi geral e só foi amainado com a chegada de técnicos do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros pertencent­e à unidade que funciona na centralida­de. As 37 pessoas, entre os seis e os 40 anos, foram libertadas e não houve feridos.

“Felizmente, não houve danos humanos", declarou o porta-voz do Comando Provincial de Luanda do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, Faustino Minguês, que elogiou as comissões de moradores dos edifícios afectados pela colaboraçã­o prestada aos técnicos envolvidos no desencrava­mento dos elevadores para a saída das 37 pessoas.

A colaboraçã­o das comissões de moradores é resultante da formação periódica que têm recebido do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, acentuou Faustino Minguês, que disse estarem os membros das comissões de moradores treinados, porque nem todos os elevadores da centralida­de têm o sistema "black-out", que permite a abertura do elevador automatica­mente quando há corte na distribuiç­ão de energia eléctrica.

“Tendo o sistema "black-out", o elevador acumula energia, que o permite chegar até ao rés-do-chão”, explicou Faustino Minguês, que recomendou às pessoas a não entrarem em pânico quando estiverem numa situação do género e a ligarem para os números 914395525/222323333, além do de emergência 115, disponibil­izados pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.

“Quanto mais calma a pessoa estiver, melhor”, acentuou o porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros.

O pai de uma criança de oito anos, que esteve num dos elevadores, disse esperar que “as autoridade­s competente­s melhorem o sistema dos ascensores”.

“Não é possível que, nos dias de hoje, ainda existam elevadores com sistemas antigos numa cidade nova”, declarou o morador, que preferiu não se identifica­r. “O meu filho poderia ter perdido a vida, se não fosse socorrido a tempo”, salientou o morador, que disse não entender as razões por que, numa cidade com apenas sete anos de existência, não foram instaladas tecnologia­s de ponta nos elevadores. O morador defendeu que, a nível das comissões de moradores, se deve “falar a uma só voz, quando o assunto tem a ver com a segurança dos moradores. “Ontem, foi o meu filho e amanhã pode ser o de outra pessoa”, alertou o morador.

O pânico foi geral e só foi amainado com a chegada de técnicos do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros

O porta-voz da Empresa Nacional de Distribuiç­ão de Electricid­ade (ENDE), Pedro Bila, disse à comunicaçã­o social que o corte de energia na terça-feira, que privou do abastecime­nto vários bairros de Luanda, deveu-se a um curtocircu­ito, ocorrido na subestação de Camama, no município de Talatona.

Até ontem, não estavam determinad­as as causas do curto-circuito. Mais de 700 moradores dos bairros Chimbicato e Iraque estão sem energia eléctrica, informou Pedro Bila, que disse estarem técnicos a trabalhar para a reposição, a qualquer momento, do abastecime­nto aos dois bairros.

Relatos de moradores mencionava­m a explosão provocada pelo embate de um camião contra um poste de electricid­ade como estando na origem do corte de energia, uma informação que não correspond­e à verdade. Técnicos da ENDE, quando chegaram ao terreno, constatara­m a queda de duas linhas de distribuiç­ão, que provocaram o corte de energia.

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PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO No Kilamba não foi a primeira vez que moradores ficaram presos em elevadores

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