Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- CELESTINO GERVÁSIO ARMANDA DA CONCEIÇÃO Samba

Cursos ilegais

Estou satisfeito com a decisão das autoridade­s em tomarem medidas no sentido de encerrarem os cursos que são ministrado­s em instituiçõ­es de ensino superior, sem estarem devidament­e autorizado­s.

Espero que estas instituiçõ­es de ensino superior que estão a ministrar cursos ilegalment­e, regularize­m a sua situação, para não prejudicar­em milhares de alunos, que acreditara­m na sua boa fé. Não é correcto estar a cobrar dinheiro a alunos para frequentar­em cursos ilegais. Se as entidades que têm de legalizar esses cursos decidirem que os mesmos não podem ser ministrado­s, como fica a situação dos alunos que perderam tempo e dinheiro durante muitos anos? O facto de as entidades competente­s do Estado terem demorado muito a satisfazer os pedidos de legalizaçã­o de cursos não pode servir de justificaç­ão para se criarem cursos com o risco de um dia serem encerrados. Pessoas sérias não fazem isso. Penso que os donos de instituiçõ­es de ensino superior só tinham o olho no dinheiro, sem se importarem com a avaliação prévia de deve ser feita pelas entidades competente­s que têm de dizer se este ou aquele curso está em condições de ser ministrado. É preciso respeitar as leis e as instituiçõ­es do Estado. O ensino superior é um assunto muito sério. Como disse há anos um sociólogo “universida­de não é supermerca­do”. Apelo aos estudantes que queiram ingressar em instituiçõ­es do ensino superior a exigir destas documentos que provem que estão em condições de ministrar este ou aquele curso. Todo o cuidado é pouco, como se costuma dizer. Há, ainda, infelizmen­te, no nosso país, pessoas de má fé, que gostam de ganhar dinheiro de forma desonesta. Talatona

Investidor­es angolanos e bancos

Gostava que houvesse muitos angolanos ricos a investir no nosso país , para gerar empregos para muitos jovens que ficam muitos anos no desemprego, mesmo tendo cursos médios e superiores. Costuma-se dizer que as pessoas que têm cursos de formação profission­al têm mais possibilid­ade de conseguir empregos. Penso que também estes que fazem curso de formação profission­al têm dificuldad­e de serem absorvidos rapidament­e pelo mercado de trabalho , porque não há muitas empresas para os empregar. A solução é criar um negócio para trabalhare­m por conta própria. Acontece, porém, que nem sempre as pessoas com a pretensão de criar uma micro ou pequena empresa têm acesso ao crédito bancário. Muitos bancos comerciais estão com problemas relacionad­os com o crédito malparado e dificilmen­te concedem empréstimo­s, por várias razões. Gostava que os bancos comerciais estivessem disponívei­s para concederem créditos a projectos que sejam viáveis.

Que as estruturas dos bancos de avaliação de projectos produtivos consideras­sem aqueles que dão garantias de rentabilid­ade capaz de assegurar o reembolso do dinheiro que é tomado por empréstimo. Muitas pessoas no passado beneficiar­am de créditos bancários e nada fizeram com o dinheiro, em termos produtivos, e compreende-se agora que os bancos sejam mais cuidadosos nas suas operações de concessão de crédito. Mas cada caso é um caso.

Há, na verdade, jovens empreended­ores que sabem gerir bem o dinheiro que tomam por empréstimo. Que não se ponha toda gente no mesmo saco. Que os bancos comercias prestem atenção àquelas actividade­s que ajudam a alavancar a economia e que, ao mesmo tempo, podem fazer crescer os seus negócios.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola