CARTAS DOS LEITORES
Cursos ilegais
Estou satisfeito com a decisão das autoridades em tomarem medidas no sentido de encerrarem os cursos que são ministrados em instituições de ensino superior, sem estarem devidamente autorizados.
Espero que estas instituições de ensino superior que estão a ministrar cursos ilegalmente, regularizem a sua situação, para não prejudicarem milhares de alunos, que acreditaram na sua boa fé. Não é correcto estar a cobrar dinheiro a alunos para frequentarem cursos ilegais. Se as entidades que têm de legalizar esses cursos decidirem que os mesmos não podem ser ministrados, como fica a situação dos alunos que perderam tempo e dinheiro durante muitos anos? O facto de as entidades competentes do Estado terem demorado muito a satisfazer os pedidos de legalização de cursos não pode servir de justificação para se criarem cursos com o risco de um dia serem encerrados. Pessoas sérias não fazem isso. Penso que os donos de instituições de ensino superior só tinham o olho no dinheiro, sem se importarem com a avaliação prévia de deve ser feita pelas entidades competentes que têm de dizer se este ou aquele curso está em condições de ser ministrado. É preciso respeitar as leis e as instituições do Estado. O ensino superior é um assunto muito sério. Como disse há anos um sociólogo “universidade não é supermercado”. Apelo aos estudantes que queiram ingressar em instituições do ensino superior a exigir destas documentos que provem que estão em condições de ministrar este ou aquele curso. Todo o cuidado é pouco, como se costuma dizer. Há, ainda, infelizmente, no nosso país, pessoas de má fé, que gostam de ganhar dinheiro de forma desonesta. Talatona
Investidores angolanos e bancos
Gostava que houvesse muitos angolanos ricos a investir no nosso país , para gerar empregos para muitos jovens que ficam muitos anos no desemprego, mesmo tendo cursos médios e superiores. Costuma-se dizer que as pessoas que têm cursos de formação profissional têm mais possibilidade de conseguir empregos. Penso que também estes que fazem curso de formação profissional têm dificuldade de serem absorvidos rapidamente pelo mercado de trabalho , porque não há muitas empresas para os empregar. A solução é criar um negócio para trabalharem por conta própria. Acontece, porém, que nem sempre as pessoas com a pretensão de criar uma micro ou pequena empresa têm acesso ao crédito bancário. Muitos bancos comerciais estão com problemas relacionados com o crédito malparado e dificilmente concedem empréstimos, por várias razões. Gostava que os bancos comerciais estivessem disponíveis para concederem créditos a projectos que sejam viáveis.
Que as estruturas dos bancos de avaliação de projectos produtivos considerassem aqueles que dão garantias de rentabilidade capaz de assegurar o reembolso do dinheiro que é tomado por empréstimo. Muitas pessoas no passado beneficiaram de créditos bancários e nada fizeram com o dinheiro, em termos produtivos, e compreende-se agora que os bancos sejam mais cuidadosos nas suas operações de concessão de crédito. Mas cada caso é um caso.
Há, na verdade, jovens empreendedores que sabem gerir bem o dinheiro que tomam por empréstimo. Que não se ponha toda gente no mesmo saco. Que os bancos comercias prestem atenção àquelas actividades que ajudam a alavancar a economia e que, ao mesmo tempo, podem fazer crescer os seus negócios.