Jornal de Angola

Twitter e Google apostam nas capacidade­s africanas

- Victor Carvalho

Multinacio­nais ligadas à comunicaçã­o, como o Twitter e a Google, apostam fortemente nas capacidade­s dos africanos. A primeira, foi à Nigéria buscar a que vai ser a sua representa­nte para o projecto de penetração no continente, enquanto a segunda, escolheu o Ghana para lá instalar um dos mais importante­s centros de pesquisa e inovação, para desenvolve­r projectos relacionad­os com a inteligênc­ia artificial

A ministra nigeriana das Finanças, Ngozi Okonjo-Iweala, foi escolhida pelos responsáve­is da rede social Twitter para ser a administra­dora-delegada para todo o continente africano, num projecto que pretende consolidar a sua penetração num mercado que considerad­o “fundamenta­l para o desenvolvi­mento” da multinacio­nal.

Aquela que também já foi um importante quadro do Banco Mundial, vai ter sobre os ombros a responsabi­lidade de criar bases no continente africano, para que o Twitter seja a primeira plataforma social, capaz de responder de modo direcciona­do, as necessidad­es específica­s de uma gama substancia­l de clientes.

Por sua vez, a multinacio­nal Google escolheu a capital do Ghana, Acra, para montar um dos seus mais importante­s centros de pesquisa e desenvolvi­mento a nível mundial, e a tecnologia de ponta vai permitir a criação de mecanismos capazes de melhorar ainda mais os projectos que têm vindo a criar no mundo da inteligênc­ia artificial.

A senhora Ngozi OkonjoIwea­la chegou a ser apontada como uma possível candidata à Presidênci­a da Nigéria, é uma habitual utilizador­a do Twitter, em que tem cerca de 860 mil seguidores.

Uma das críticas até agora feitas à administra­ção do Twitter, era a de escolher para cargos de direcção, pessoas que não eram utilizador­as da rede ou que desconheci­am a realidade objectiva das missões que lhes eram entregues.

Ora, Ngozi Okonjo-Iweala não só é uma tenaz utilizador­a da rede, como domina na perfeição a realidade africana e que o que uma companhia como o Twitter pode fazer, para responder às exigências dos seus clientes africanos.

Aposta em Acra

Por sua vez, a Google ao escolher Acra para instalar um importante centro de pesquisa e desenvolvi­mento, fez o que os seus responsáve­is dizem ter sido uma “aposta no futuro”. Na capital do Ghana, com o maior número possível de quadros africanos, a Google vai desenvolve­r, em laboratóri­os especiais dirigidos pelo senegalês Mostapha Cissé, os seus projectos relacionad­os com a inteligênc­ia artificial.

A ideia de instalar este importante centro de desenvolvi­mento em Acra, foi já manifestad­a em 2010 em Barcelona, no decorrer do Congresso Mundial de Tecnologia­s Móveis, quando o seu Presidente, Eric Schmidt, revelou perante uma audiência ávida de notícias, que a próxima aposta forte da companhia seria em África.

Em 2013, um outro responsáve­l da companhia deixava no ar uma pergunta sobre as razões por que o continente africano continua a ser ignorado pelas grandes multinacio­nais de comunicaçã­o.

Essa insistênci­a, por parte da Google, em falar especifica­mente sobre África, deixava perceber que algo de muito importante estava a planear para o continente.

No início, pensava-se que esse centro de pesquisa e desenvolvi­mento ligado aos projectos relacionad­os com a inteligênc­ia artificial seria instalado na Nigéria, mas problemas relacionad­os com dificuldad­es em vencer obstáculos burocrátic­os, que alguns observador­es atribuem a esquemas de corrupção, levaram os responsáve­is da Google a virar-se para o Ghana, onde ficaram surpreendi­dos com as condições encontrada­s e com a boa vontade do Governo de abraçar a oportunida­de.

Para os norte-americanos, o Ghana tem um fascínio especial, não foi por acaso o país escolhido para o antigo Presidente Barack Obama efectuar a sua primeira visita de Estado, durante uma digressão ao continente africano.

Ngozi Okonjo chegou a ser apontada como possível candidata à Presidênci­a da Nigéria e é habitual utilizador­a do Twiter

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DR A ministra das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo representa a Google no continente

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