Twitter e Google apostam nas capacidades africanas
Multinacionais ligadas à comunicação, como o Twitter e a Google, apostam fortemente nas capacidades dos africanos. A primeira, foi à Nigéria buscar a que vai ser a sua representante para o projecto de penetração no continente, enquanto a segunda, escolheu o Ghana para lá instalar um dos mais importantes centros de pesquisa e inovação, para desenvolver projectos relacionados com a inteligência artificial
A ministra nigeriana das Finanças, Ngozi Okonjo-Iweala, foi escolhida pelos responsáveis da rede social Twitter para ser a administradora-delegada para todo o continente africano, num projecto que pretende consolidar a sua penetração num mercado que considerado “fundamental para o desenvolvimento” da multinacional.
Aquela que também já foi um importante quadro do Banco Mundial, vai ter sobre os ombros a responsabilidade de criar bases no continente africano, para que o Twitter seja a primeira plataforma social, capaz de responder de modo direccionado, as necessidades específicas de uma gama substancial de clientes.
Por sua vez, a multinacional Google escolheu a capital do Ghana, Acra, para montar um dos seus mais importantes centros de pesquisa e desenvolvimento a nível mundial, e a tecnologia de ponta vai permitir a criação de mecanismos capazes de melhorar ainda mais os projectos que têm vindo a criar no mundo da inteligência artificial.
A senhora Ngozi OkonjoIweala chegou a ser apontada como uma possível candidata à Presidência da Nigéria, é uma habitual utilizadora do Twitter, em que tem cerca de 860 mil seguidores.
Uma das críticas até agora feitas à administração do Twitter, era a de escolher para cargos de direcção, pessoas que não eram utilizadoras da rede ou que desconheciam a realidade objectiva das missões que lhes eram entregues.
Ora, Ngozi Okonjo-Iweala não só é uma tenaz utilizadora da rede, como domina na perfeição a realidade africana e que o que uma companhia como o Twitter pode fazer, para responder às exigências dos seus clientes africanos.
Aposta em Acra
Por sua vez, a Google ao escolher Acra para instalar um importante centro de pesquisa e desenvolvimento, fez o que os seus responsáveis dizem ter sido uma “aposta no futuro”. Na capital do Ghana, com o maior número possível de quadros africanos, a Google vai desenvolver, em laboratórios especiais dirigidos pelo senegalês Mostapha Cissé, os seus projectos relacionados com a inteligência artificial.
A ideia de instalar este importante centro de desenvolvimento em Acra, foi já manifestada em 2010 em Barcelona, no decorrer do Congresso Mundial de Tecnologias Móveis, quando o seu Presidente, Eric Schmidt, revelou perante uma audiência ávida de notícias, que a próxima aposta forte da companhia seria em África.
Em 2013, um outro responsável da companhia deixava no ar uma pergunta sobre as razões por que o continente africano continua a ser ignorado pelas grandes multinacionais de comunicação.
Essa insistência, por parte da Google, em falar especificamente sobre África, deixava perceber que algo de muito importante estava a planear para o continente.
No início, pensava-se que esse centro de pesquisa e desenvolvimento ligado aos projectos relacionados com a inteligência artificial seria instalado na Nigéria, mas problemas relacionados com dificuldades em vencer obstáculos burocráticos, que alguns observadores atribuem a esquemas de corrupção, levaram os responsáveis da Google a virar-se para o Ghana, onde ficaram surpreendidos com as condições encontradas e com a boa vontade do Governo de abraçar a oportunidade.
Para os norte-americanos, o Ghana tem um fascínio especial, não foi por acaso o país escolhido para o antigo Presidente Barack Obama efectuar a sua primeira visita de Estado, durante uma digressão ao continente africano.
Ngozi Okonjo chegou a ser apontada como possível candidata à Presidência da Nigéria e é habitual utilizadora do Twiter