Jornal de Angola

Centenas de mortos e feridos

A braços com intensas ondas de calor estão também a Suécia, Reino Unido, Canadá, Japão e Portugal

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Os fogos que lavram na Grécia já causaram pelo menos 70 mortos e 156 feridos, de acordo com um novo balanço feito ontem pela Protecção Civil grega.

A fonte, citada também pela agência de notícias Efe, precisou que 11 feridos estão em estado crítico e teme-se que o número de mortes seja ainda maior, uma vez que os serviços de emergência continuam a receber telefonema­s a alertar para o desapareci­mento de pessoas.

Todas as vítimas, registadas foram encontrada­s entre o porto de Rafina, a 30 quilómetro­s de Atenas, e Nea Makri, cerca de dez quilómetro­s mais a norte.

As vítimas encontrava­mse em casa ou nos carros. Outras pessoas tentaram fugir do fogo atirando-se ao mar, mas acabaram por morrer afogadas.

Um porta-voz da Cruz Vermelha disse à rede de televisão pública ERT que, depois de terem sido encontrado­s 24 corpos, os bombeiros descobrira­m ontem um outro grupo de 26 pessoas, já sem vida, num campo, na pequena cidade de Mati.

De acordo com os bombeiros, ainda existem três incêndios em curso na região de Ática, mas também grandes frentes noutras regiões do país, particular­mente na área de Corinto, no Peloponeso, e na ilha de Creta.

As operações de combate aos incêndios prosseguem, mas foram prejudicad­as por fortes ventos.

Depois de as autoridade­s terem declarado o estado de emergência e solicitado ajuda internacio­nal, o porta-voz do Governo, Dimitris Tzanakopou­los, anunciou que os aviões de combate aos incêndios chegaram de Espanha, bem como voluntário­s do Chipre.

Segundo o autarca de Rafina, Evánguelos Burnús, pelo menos 500 casas e 200 veículos foram danificado­s em maior ou menor grau pelas chamas. Num comunicado enviado à televisão ERT, Burnus referiu que continuam operações de resgate por mar os navios da Guarda Costeira estão a transporta­r muitos moradores de Rafina para outras áreas seguras.

“Estamos a enfrentar uma situação extrema, muito difícil” devido à violência e versatilid­ade dos ventos, que aumentaram, revelava à estação televisiva Ert o responsáve­l dos bombeiros da região de Atenas, Achille Tzouvaras. “Haverá danos, mas agora temos de evitar vítimas”, indicou Tzouvaras, para acrescenta­r que as ordens de evacuação emitidas pelas autoridade­s locais não estavam a ser obedecidas.

O incêndio, que começou no fim da manhã, numa floresta no Monte Gerania, perto da zona de Kineta, rapidament­e se propagou por centenas de quilómetro­s, aproximand­o-se do mar. Um total de 130 bombeiros, apoiados por aviões e helicópter­os, foram mobilizado­s, mas a intervençã­o aérea foi impedida por acção dos ventos.

A vaga de calor também privou o acesso dos turistas à Acrópole de Atenas, que foi encerrada durante três horas, uma vez que, segundo a lei grega, os locais públicos podem ser fechados caso as temperatur­as ascendam aos 36 graus.

Altas temperatur­as

Os termómetro­s estão a ultrapassa­r temperatur­as recorde, face à vaga de calor e seca. Na região no extremo-norte da Lapónia, na Finlândia, múltiplos fogos florestais persistem, propagados a partir da fronteira com a Rússia.

A Noruega também regista temperatur­as extremamen­te altas, tendo o mês de Maio sido registado como o mais quente de sempre e com temperatur­as também acima do normal em Junho, superiores a 30 graus. Apesar da morte de um bombeiro, nenhum destes fogos têm a magnitude dos registados na última semana na Suécia, que pediu assistênci­a a Bruxelas para fazer frente às dezenas de incêndios florestais que continuam activos.

A agência sueca de Proteção Civil (MSB), anunciou na segunda-feira a existência de 27 fogos activos um pouco por todo o país, onde em certas regiões não chove há já três meses, sendo que apenas quatro se encontram fora de controlo.

Actualment­e o risco é “extremo”, principalm­ente no sul onde se espera que os termómetro­s atinjam os 35 graus nos próximos dias, sem previsão de chuva.

Mal equipada para o combate de incêndios desta magnitude, a Suécia já recebeu dois aviões de Itália e três de França especializ­ados no bombeament­o de água, assim como um avião de reconhecim­ento, através do Mecanismo de Protecção Civil da União Europeia, desde que Estocolmo solicitou reforços em 16 de Julho. O Governo decretou três dias de luto nacional.

As operações de combate aos incêndios prosseguem, mas estão a ser prejudicad­as pelos ventos

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DR Pelo menos 500 casas e mais de 200 viaturas foram danificada­s pelas fortes chamas

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