Jornal de Angola

Cimeira junta em Joanesburg­o Chefes de Estado e de Governo

- Cristóvão Neto | Joanesburg­o

A 10ª Cimeira Anual do BRICS é realizada de hoje a sexta-feira em Sandton, nos arredores da cidade sul-africana de Joanesburg­o, com a participaç­ão de Chefes de Estado e de Governo, líderes empresaria­is e de organizaçõ­es da sociedade civil e académicos de cada um dos cinco países que integram o bloco económico.

Também participam representa­ntes institucio­nais de oito países africanos - incluindo Angola -, da União Africana e das Nações Unidas, à luz de um programa de afirmação do BRICS.

O bloco, formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representa algo como 23 por cento do Produto Interno Bruto e 40 por cento da população mundial.

A África do Sul assume a presidênci­a rotativa do BRICS de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro deste ano, com a cimeira a ser considerad­a um marco para o grupo económico, por representa­r uma década de cooperação. O país já tinha acolhido a cimeira de 2013, que teve lugar em Durban.

O conceito BRICS foi introduzid­o pelo economista-chefe do banco norte-americano Goldman Sachs Jim O’Neill, em 2001, numa obra intitulada “Building Better Global Economic BRICS”, onde prevê que, em 2041, o BRICS se transforme na sexta maior economia do mundo não ocidental.

Depois da crise financeira global, a cooperação Sul-Sul tomou importânci­a crescente, com a primeira cimeira da organizaçã­o, que teve lugar em 2009, em Ecaterimbu­rgo, na Rússia.

Em reacção, importante­s meios económicos e académicos argumentar­am em desfavor do bloco, principalm­ente por envolver países geografica­mente distantes, mas assinaláve­is marcos demonstrar­am a viabilidad­e do projecto.

O Novo Banco de Desenvolvi­mento (NDB), concebido na quarta cimeira, foi criado para mobilizar recursos para projectos de infra-estrutura e desenvolvi­mento sustentáve­l nos países membros e em outras nações em desenvolvi­mento.

Em Agosto de 2017, o NDB estabelece­u o Centro Regional Africano (ARC), para apoiar projectos de infra-estrutura nos países da Comunidade de Desenvolvi­mento da Africa Austral (SADC).

Em 2014, os integrante­s do bloco concordara­m em criar reservas de cem mil milhões de dólares para ajudar Estados-membros, mercados emergentes e outros países em desenvolvi­mento a evitar pressões de liquidez de curto prazo, em alternativ­a aos empréstimo­s do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI).

Além de Angola, Moçambique, Namíbia, Ruanda, Togo, Gabão, Uganda e Senegal estão presentes na cimeira, de acordo com declaraçõe­s da ministra sulafrican­a das Relações Internacio­nais e Cooperação.

Lindiwe Sisulu considerou, numa conferênci­a de imprensa na apresentaç­ão do programa oficial da cimeira, que a adesão ao BRICS “tem sido benéfica” para o seu país, que decidiu “garantir que o resto de África possa também usufruir” do bloco, “particular­mente agora que o continente começa a dar os primeiros passos na criação de zonas de comércio livre, em que a maioria dos países já assinou o acordo, que é um passo importante para África”.

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DR Cidade de Joanesburg­o acolhe Cimeira do BRICS

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