Cimeira junta em Joanesburgo Chefes de Estado e de Governo
A 10ª Cimeira Anual do BRICS é realizada de hoje a sexta-feira em Sandton, nos arredores da cidade sul-africana de Joanesburgo, com a participação de Chefes de Estado e de Governo, líderes empresariais e de organizações da sociedade civil e académicos de cada um dos cinco países que integram o bloco económico.
Também participam representantes institucionais de oito países africanos - incluindo Angola -, da União Africana e das Nações Unidas, à luz de um programa de afirmação do BRICS.
O bloco, formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representa algo como 23 por cento do Produto Interno Bruto e 40 por cento da população mundial.
A África do Sul assume a presidência rotativa do BRICS de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro deste ano, com a cimeira a ser considerada um marco para o grupo económico, por representar uma década de cooperação. O país já tinha acolhido a cimeira de 2013, que teve lugar em Durban.
O conceito BRICS foi introduzido pelo economista-chefe do banco norte-americano Goldman Sachs Jim O’Neill, em 2001, numa obra intitulada “Building Better Global Economic BRICS”, onde prevê que, em 2041, o BRICS se transforme na sexta maior economia do mundo não ocidental.
Depois da crise financeira global, a cooperação Sul-Sul tomou importância crescente, com a primeira cimeira da organização, que teve lugar em 2009, em Ecaterimburgo, na Rússia.
Em reacção, importantes meios económicos e académicos argumentaram em desfavor do bloco, principalmente por envolver países geograficamente distantes, mas assinaláveis marcos demonstraram a viabilidade do projecto.
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), concebido na quarta cimeira, foi criado para mobilizar recursos para projectos de infra-estrutura e desenvolvimento sustentável nos países membros e em outras nações em desenvolvimento.
Em Agosto de 2017, o NDB estabeleceu o Centro Regional Africano (ARC), para apoiar projectos de infra-estrutura nos países da Comunidade de Desenvolvimento da Africa Austral (SADC).
Em 2014, os integrantes do bloco concordaram em criar reservas de cem mil milhões de dólares para ajudar Estados-membros, mercados emergentes e outros países em desenvolvimento a evitar pressões de liquidez de curto prazo, em alternativa aos empréstimos do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Além de Angola, Moçambique, Namíbia, Ruanda, Togo, Gabão, Uganda e Senegal estão presentes na cimeira, de acordo com declarações da ministra sulafricana das Relações Internacionais e Cooperação.
Lindiwe Sisulu considerou, numa conferência de imprensa na apresentação do programa oficial da cimeira, que a adesão ao BRICS “tem sido benéfica” para o seu país, que decidiu “garantir que o resto de África possa também usufruir” do bloco, “particularmente agora que o continente começa a dar os primeiros passos na criação de zonas de comércio livre, em que a maioria dos países já assinou o acordo, que é um passo importante para África”.