Sobas estão em conflitos devido a queimadas de terra
As divergências acontecem sempre nesta época quando um caçador atea fogo no seu terreno e propaga-se até à parcela alheia
Autoridades tradicionais do município de Caúngula, província da Lunda-Norte, estão em conflitos devido às queimadas de terras agrícolas para actividade de caça, informou ao Jornal de Angola o administrador local, Agostinho Paiva.
“Os conflitos acontecem na época seca, altura de queimadas para a caça. Às vezes, o fogo ateado por um caçador propaga-se até à parcela do outro”, daí começam as desavenças”, explicou o administrador, sem citar os nomes das regedorias envolvidas.
Agostinho Paiva disse que as autoridades tradicionais envolvidas nesta polémica se acusam entre si, alegando que são vítimas de violação dos seus terrenos. “Apesar dos ânimos alterados, a situação está controlada, pois contamos com a intervenção, neste caso, da Polícia Nacional, Gabinete Jurídico da Administração Municipal e o Conselho Provincial das Autoridades Tradicionais”, assegurou.
Delimitação
A delimitação das parcelas de terras em Caúngula, segundo Agostinho Paiva, remonta desde o tempo colonial. “A demarcação das terras para a caça resulta do poder das conquistas das dinastias tradicionais, que antigamente era reconhecido pelo poder colonial”, sublinhou.
“Os conflitos”, prosseguiu, “verificam-se porque as áreas agrícolas são vastas e há quem acha que deve ter maior parcela do que o outro, daí a confusão que se assiste.”
O município de Caúngula possui 28 mil 164 habitantes e tem 402 autoridades tradicionais, dezoito das quais são regedores.
Os conflitos acontecem na época seca, altura de queimadas para a caça. Às vezes, o fogo ateado por um caçador propaga-se até à parcela do outro”, daí as desavenças que só são dirimidas com a intervenção da Administração Municipal