Dois pacientes partilham a mesma cama
Dois pacientes chegam a compartilhar o mesmo leito e o restante é acomodado em colchões estendidos no chão, devido à escassez de camas, no Hospital Psiquiátrico de Luanda, facto constatado ontem pelo grupo parlamentar da CASA-CE, durante uma visita efectuada à unidade hospitalar.
Aos deputados, a direcção do Hospital Psiquiátrico de Luanda informou que, aliada à escassez de camas, a unidade hospitalar pública enfrenta ainda défice de recursos humanos.
No decorrer da visita, os deputados percorreram os gabinetes de psicologia, refeitórios, salas de enfermagem, os pavilhões e as lavandarias, tendo recebido informações da funcionalidade de cada serviço.
Segundo a directora do Hospital Psiquiátrico, Antónia de Sousa, que orientou a visita, existem 161 camas e cerca de 40 pacientes estão a ser colocados em colchões.
“Este problema tem a ver com a reabilitação do hospital que está a ser efectuada, de forma faseada, daí que existam áreas ainda não reabilitadas, o que impossibilita o aumento do número de camas”, frisou a médica.
Antónia de Sousa disse que a procura tem aumentado substancialmente.
Antónia de Sousa explicou que, diariamente, acorrem uma média de 100 pacientes ao serviço de urgência, enquanto nas consultas externas são atendidos 15 a 20 por cada profissional. A directora do Hospital Psiquiátrico de Luanda lamentou o comportamento de familiares que abandonam os seus parentes no hospital.
“Muitos doentes são abandonados pelos familiares, tornando-se assim residentes do hospital”, acentuou a gestora hospitalar.
A directora Antónia de Sousa informou que, em Angola, a primeira causa dos problemas psíquicos é o paludismo, seguida pelo álcool, drogas e epilepsia.
Segundo o presidente do Grupo Parlamentar da CASACE, André Gaspar Mendes de Carvalho, o objectivo da visita foi verificar o funcionamento do hospital.
O deputado disse ter ficado positivamente impressionado com o modo como os profissionais do Hospital Psiquiátrico de Luanda trabalham.