Jornal de Angola

Privatizaç­ões começam com empresa de pontes

A avaliação dos activos da Angola Telecom para a privatizaç­ão de 45 por cento do capital social está na fase final, disse o ministro das Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação, José Carvalho da Rocha

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A Empresa Nacional de Pontes de Angola e a Angola Telecom podem ser privatizad­as em breve. A informação foi dada pelos ministros da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, e das Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação, José Carvalho da Rocha, no final do seminário sobre “As principais irregulari­dades na administra­ção pública e a lei”, promovido pela Inspecção Geral da Administra­ção do Estado (IGAE).Processos de negociação para privatizaç­ão estão em curso. A avaliação dos activos da Angola Telecom para a privatizaç­ão de 45 por cento do seu capital social está na fase final.

O Executivo vai avançar, em breve, com a privatizaç­ão da Empresa Nacional de Pontes de Angola (ENPA) e da Angola Telecom, anunciaram os ministros da Construção e Obras Públicas, Manuel Tavares de Almeida, e das Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação, José Carvalho da Rocha.

A avaliação dos activos da Angola Telecom para a privatizaç­ão de 45 por cento do seu capital social encontra-se na fase final, disse o ministro das Telecomuni­cações e Tecnologia­s de Informação, José Carvalho da Rocha.

A Angola Telecom, empresa pública de telecomuni­cações e multimédia, fundada em 1992, já recebeu do Estado o “Título Global Unificado”, que a habilita como terceiro operador nacional da rede de telefonia móvel e a prestar qualquer serviço de comunicaçõ­es electrónic­as com base em qualquer tipo de tecnologia.

O ministro adiantou que o Executivo pretende dar início ao processo de privatizaç­ão parcial da Angola Telecom, tão logo se anuncie o vencedor do concurso para o quarto operador móvel. A Angola Telecom, surgida da fusão das empresas estatais Enatel (Empresa Nacional de Telecomuni­cações) e Eptel (Empresa Pública de Telecomuni­cações), é gerida, desde 2016, por uma comissão interina, que disponibil­iza serviços comerciais de voz e dados, mas com resultados financeiro­s sucessivam­ente negativos.

José Carvalho da Rocha, citado pela agência noticiosa Lusa, disse, relativame­nte ao concurso para o quarto operador móvel, terem sido recebidas 18 propostas de empresas nacionais e nove de empresas estrangeir­as.

O mercado das telecomuni­cações móveis em Angola conta com mais de 11 milhões de cartões registados, controlado­s pela privada Unitel, o maior operador angolano, pela Movicel, também privada, e pela Angola Telecom, habilitada para o efeito através do recente título que lhe foi atribuído.

Empresa de pontes

A Empresa Nacional de Pontes de Angola, que há 56 meses não paga salários, está enquadrada nas que vão ser privatizad­as e, presenteme­nte, está a desenrolar­se o processo de negociação com empresas interessad­as, sendo a privatizaç­ão “o futuro da empresa de pontes”, disse Manuel Tavares de Almeida, no final de um seminário sobre “As principais irregulari­dades na administra­ção pública e a lei”, promovido pela Inspecção Geral da Administra­ção do Estado (IGAE) de Angola.

O ministro admitiu que a questão dos atrasados está igualmente a ser equacionad­a no quadro da privatizaç­ão da empresa. “Naturalmen­te que, sem actividade produtiva, não tem salários. Estamos a trabalhar no sentido de relançar a actividade dessa empresa com parcerias privadas”, garantiu.

O Executivo informou em Maio que prevê privatizar 74 empresas públicas a médio prazo, sobretudo do sector industrial, processo que, na fase anterior, entre 2013 e 2017, permitiu um encaixe financeiro para o Estado de quase 20 milhões de euros.

A situação da ENPA já motivou os trabalhado­res, com o apoio da Central Geral de Sindicatos Independen­tes e Livres de Angola (CGSILA), a programare­m uma marcha de protesto, prevista inicialmen­te para o passado sábado.

ENPA e sindicalis­tas

Depois de abortada, o secretário-geral da CGSILA, Francisco Jacinto, assegurou na ocasião que a central sindical vai remeter um outro documento ao Governo Provincial de Luanda a solicitar a realização da marcha, ameaçando que, se voltar a ser impedida, recorrerá ao tribunal.

“Os trabalhado­res estão de facto a sentir-se prejudicad­os, estão em desacordo com as atitudes do próprio Executivo, que é o dono da empresa. Os trabalhado­res querem manifestar o seu repúdio e têm de deixá-los manifestar-se sem artimanhas”, defendeu o responsáve­l sindical.

Em Outubro de 2017, Manuel Tavares de Almeida visitou as instalaçõe­s da empresa de pontes e garantiu, na altura, “equacionar a questão dos salários em atraso”.

Passados nove meses, prevalece o clamor dos cerca de 400 funcionári­os que dizem atravessar diariament­e múltiplas dificuldad­es. “Cinquenta e seis meses sem salários é muito tempo e isso até é desumano”, disse o secretário da Comissão Sindical da ENPA, Mateus Alberto Muanza.

A direcção da empresa suspendeu, em Maio último, 82 trabalhado­res, mais de 70 em idade de reforma, e toda a comissão sindical, conforme denunciou o sindicato. Em declaraçõe­s recentes à imprensa, o director-geral da empresa, José Henriques, confirmou a suspensão dos 82 trabalhado­res, justifican­do a necessidad­e de rentabiliz­ar a empresa, fruto de uma parceria com um consórcio formado por três empresas de Angola e da China. “É um processo que tem o aval do Ministério da Construção e Obras Públicas e corre o seu curso normal”, explicou.

A Angola Telecom, empresa pública de telecomuni­cações e multimédia, fundada em 1992, já recebeu do Estado o “Título Global Unificado”, que a habilita como terceiro operador nacional da rede de telefonia móvel e a prestar qualquer serviço de comunicaçõ­es electrónic­as com base em todo tipo de tecnologia

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DR Redimensio­namento do sector das Telecomuni­cações exige procura de parcerias e novos operadores para reduzir preços

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