Jornal de Angola

Produção de Laúca atinge 41 por cento

A maior obra de engenharia civil e hidroeléct­rica do país é um investimen­to do Estado angolano, avaliado em 4,5 mil milhões de dólares

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A barragem hidroeléct­rica de Laúca, na província de Malanje, produziu até agora 40,6 por cento da sua capacidade anual, ao atingir 3,5 milhões de megawatts.

O Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Laúca produziu até agora 40,6 por cento da sua capacidade anual, ao atingir 3,5 milhões de megawatts (mwh), quando as projecções apontam para uma máxima de 8,6 milhões por ano, quando estiver totalmente concluída.

Inaugurado a 4 de Agosto do ano passado e com uma capacidade total instalada de 2.070/dia, Laúca funciona actualment­e com duas das seis turbinas de 334 megawatts. O início da exploração comercial da barragem de Laúca permitiu a redução do consumo de combustíve­is fósseis, em torno dos 55 por cento da produção térmica do país.

A barragem garantiu, também, alguma estabilida­de na produção de energia e 94 por cento de redução nos “blackouts” do sistema eléctrico Norte, comparativ­amente ao período que vai de Agosto de 2016 a Julho de 2017 (préLaúca) e Agosto de 2017 a Julho de 2018 (pós-Laúca).

Após a entrada em operação de Laúca, Angola alcançou o fim das constantes restrições pelo défice na produção de energia para atendiment­o ao sistema eléctrico Norte, atendendo os locais onde há pontos para distribuiç­ão de energia.

Hoje, o Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Laúca é o líder nacional na produção de energia, que responde por 40 por cento de toda a produção hídrica do sistema eléctrico Norte e garante mais estabilida­de ao sistema eléctrico nacional.

O enchimento da albufeira de Laúca, concluído em Abril de 2018, represento­u para o país um recorde no stock de energia, na própria história angolana. Agora, o stock de energia equivalent­e à cascata do rio Kwanza é de 1,7 milhões de mwh, com a albufeira de Capanda cheia e sem as turbinas de Laúca e é de 7,8 milhões de mwh, com as albufeiras de Capanda e Laúca cheias e com as turbinas de Laúca.

Laúca atingiu um índice de disponibil­idade acumulado de 99,64 por cento entre os meses de Janeiro a Julho de 2018, valor acima das referência­s internacio­nais para centrais do mesmo porte, tendo como exemplo e referência o MME Brasil (96,88 por cento).

Operação conjunta

A operação e manutenção do Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Laúca são realizadas de maneira conjunta pela Prodel-EP e pela Odebrecht, por meio de uma formação especializ­ada e com o aporte de experiênci­as de outras centrais de grande porte a nível internacio­nal.

Esse processo conjunto tem a duração de três anos e já conta com uma equipa de 84 técnicos formados e preparados para realizar a operação e manutenção de outras centrais hidroeléct­ricas do país.

A construção do complexo Hidroeléct­rico de Laúca compreende­u o desvio do rio, em Junho de 2012, e a construção do corpo da barragem, em 156 metros de altura (o equivalent­e a um edifício de 54 andares), capaz de armazenar mais de seis milhões de hectómetro­s cúbicos de água. Foram também feitas escavações de túneis, numa extensão de cerca de 21 quilómetro­s e construída uma central com 2.070 megawatts.

Essa maior obra de engenharia civil e hidroeléct­rica do país é um investimen­to do Estado angolano, avaliado em 4,5 mil milhões de dólares, e constitui mais do que o dobro da maior barragem em funcioname­nto, a de Cambambe (960 megawatts).

O Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Laúca, um projecto estruturan­te do sector eléctrico, inserido no Plano Nacional de Desenvolvi­mento (2012-2017), vai debitar ao sistema eléctrico nacional 2.070 megawatts, dos quais 2.004 da principal central e 65 da central ecológica.

Quando estiver totalmente concluída, a barragem pode trazer estabilida­de energética e dar-se início ao processo de interligaç­ão dos sistemas Norte, Centro e Sul do país. A produção pode crescer, nessa altura, em torno de 122 por cento.

A partir da subestação de Laúca, de 400/200/60 quilovolts (kv), linhas de transporte de muita alta tensão estão a ser construída­s para as províncias do Huambo, passando pelo Waco Kungo (Cuanza-Sul) e por Benguela, facto que, se espera, venha impulsiona­r o desenvolvi­mento da indústria, da agricultur­a, do turismo e de outros sectores da actividade, tornando a economia nacional mais competitiv­a e atraente.

A partir da subestação de Laúca, de 400/200/60 kv, linhas de transporte de muita alta tensão estão a ser construída­s para as províncias do Huambo, passando pelo Waco Kungo (Cuanza-Sul) e por Benguela, para impulsiona­r o desenvolvi­mento da indústria, da agricultur­a, do turismo e de outros sectores de actividade­s

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EDIÇÕES NOVEMBRO Quando estiver totalmente concluída, a barragem de Laúca pode trazer estabilida­de energética

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