Novo Comandante-geral defende aumento salarial
O Comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-geral Paulo de Almeida, defendeu ontem um incremento dos salários da Polícia Nacional, prometendo que vai trabalhar para a reposição de alguns subsídios retirados dos funcionários da corporação e proporcionar maior estímulo aos efectivos.
Falando na cerimónia de apresentação aos efectivos da corporação, no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais Osvaldo de Jesus Serra Van-Dunem, Paulo de Almeida disse que o Comando-Geral vai trabalhar para acelerar a aprovação do Estatuto do Polícia, a Lei de bases da Polícia Nacional, a lei que vela pelas condecorações, entre outros diplomas que visam dar maior dignidade e autoridade ao polícia.
Paulo de Almeida disse que a Polícia Nacional vai apostar na melhoria das condições de trabalho das esquadras e postos policiais e na qualidade de vida dos efectivos, visando um combate cerrado à criminalidade.
O comandante-geral apontouaprovínciadeLuandacomo prioridade, em termos de segurança pública, devido ao elevado número de habitantes, mais de seis milhões, e aos preocupantes casos de crime que ocorrem na província.
Paulo de Almeida disse que vai trabalhar para melhorar as condições das escolas da Polícia, desde o Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais, até às escolas que estão noutras províncias. O Comando-Geral pretende transformar o Instituto Médio de Ciências Policiais e Criminais de Benguela em Academia da Polícia Nacional.
O comandante-geral disse que vai combater as más práticas na corporação e valorizar os quadros com competência para desenvolver determinadas tarefas. A corrupção e o nepotismo constitui outra preocupação que Paulo de Almeida pretende ver banida no seio da corporação, primando pelo reconhecimento e valorização dos quadros que se esforçam para a melhoria do trabalho.
Pediu aos chefes para tratarem com mais respeito e dignidade os inferiores hierárquicos, deixando de ser arrogantes, prepotentes, e humilhar os subordinados.
Ser chefe ou subordinado, disse, não significa que deve tratar de forma arrogante o subordinado.“Autoridade não significa falta de respeito, humilhação, pelo que asseguro que no meu mandato não vai haver arrogância”, prometeu.
Defende também maior interacção com a população no sentido de prevenir e combater o crime.
O comandante-geral da Polícia Nacional disse também estar preocupado com a situação social dos efectivos e solicitou à direcção do Cofre de Previdência do Pessoal da Polícia Nacional, no sentido de materializar os projectos em carteira.
A Polícia Nacional deseja ver mais mulheres a desempenhar cargos de chefia desde comandantes provinciais, chefes de esquadras e postos policiais como recomendam a SARPCCO(Associação de Polícias da África Austral) e as Nações Unidas, sustentou Paulo de Almeida.
Processo na PGR
Paulo de Almeida confirmou ter um processo que corre trâmites na Procuradoria Geral da República relacionado com uma parcela de terreno que lhe foi atribuída em 1998, tendo surgido, depois, um cidadão de 71 anos a reclamar pelo mesmo espaço. O referido cidadão, disse, já tinha colocado o caso em tribunal, que o julgou e decidiu a favor do actual comandante-geral.
Paulo de Almeida explicou que o caso não afecta o seu novo cargo, sublinhando que está “tranquilo”, porque o cidadão em causa apresentou documentos falsos.