Jornal de Angola

Escolas precárias com dias contados

- Manuel Fontoura

O bairro São Filipe, arredores da cidade de Ndalatando, no Cuanza-Norte, conta, a partir do próximo ano lectivo, com mais uma escola, para acolher 3.450 alunos que estudam em condições precárias, na escola primária número 19.

Com 37 professore­s, a actual escola tem 13 salas de aula, sendo cinco provisória­s, sem carteiras, obrigando os alunos a levar cadeiras plásticas. A escola primária número 19 não dispõe igualmente de casas de banho, energia eléctrica, nem água potável, segundo a sua directora, Simonia Cazua.

A nova escola, cujas obras encontram-se em fase conclusiva, terá igualmente 13 salas de aula, cada uma com capacidade para 40 estudantes, bem como gabinetes administra­tivos, casas de banho e uma quadra polidespor­tiva.

O governador provincial, José Maria dos Santos, visitou igualmente a escola primária número 29, no bairro 11 de Novembro, na periferia da cidade de Ndalatando. A referida escola tem 15 salas de aula, construída­s com material precário (adobe) e cobertas com chapas, registando-se igualmente a falta de carteiras e casas de banho. O piso é de terra bruta e algumas salas são totalmente feitas de chapas de zinco e barrotes.

Com um total de 2.007 alunos, da iniciação à 6ª classe, e 39 professore­s, a escola número 29 existe desde a década de 80.

O director da referida escola, Sebastião de Almeida, disse que a mesma sobrevive da ajuda dos pais e encarregad­os de educação, bem como dos professore­s, que compram os adobes, as chapas, os barrotes, os pregos e outro mate- rial necessário para minimizar a situação do imóvel. O governador esteve também nas obras paralisada­s da escola do bairro Kibuangoma, com 22 salas de aula, na do Sassa, com 22 salas em acabamento, e no espaço destinado à construção de uma escola com 12 salas, no bairro Tiro aos Pratos.

Em Ndalatando, estão também a ser erguidas mais duas escolas, sendo uma no bairro da Kipata, com 30 salas, cujas obras encontram-se paralisada­s, e outra com 22 salas.

De acordo com a vicegovern­adora para o sector Político, Social e Económico, Leonor Garibalde, o Governo da província está a trabalhar no sentido de acabar-se com as escolas precárias, em particular em Ndalatando.

Todas as obras paralisada­s, acrescento­u, deverão arrancar tão logo as facturas remetidas ao Ministério das Finanças sejam pagas. Leonor Garibalde avançou que nos próximos tempos Ndalatando não terá mais crianças fora do sistema de ensino e todas poderão estudar em escolas com todas as condições exigidas.

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NILO MATEUS | EDIÇÕES NOVEMBRO-NDALATANDO Objectivo é fazer com que todas as crianças possam aprender a ler em salas condignas

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