Jornal de Angola

O ensino e o emprego

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O país tem um departamen­to ministeria­l que se ocupa especifica­mente de questões ligadas à juventude. O facto de haver no país um Ministério que se dedica, exclusivam­ente, aos problemas da juventude permite que se preste mais atenção a um segmento da população que tem muito a dar para o desenvolvi­mento do nosso país.

Um dos nossos grandes problemas é o desemprego que afecta milhares de jovens. Estes, mesmo depois de acabarem a formação média ou superior, têm dificuldad­e em conseguir o primeiro emprego.

Uma redução consideráv­el da taxa de desemprego não vai ocorrer tão cedo no nosso país, tendo em conta as fragilidad­es que ainda existem no nosso sector empresaria­l, que, em condições normais, pode absorver um elevado número de pessoas que procuram emprego. O país enveredou por um processo de diversific­ação da economia, havendo a expectativ­a de que podem emergir no mercado muitas empresas de bens e serviços em todo o território nacional.

O investimen­to estrangeir­o no nosso país pode vir a ser, também, um grande factor gerador de empregos, na medida em que podemos ter, em vários pontos de Angola, unidades produtivas de diversa natureza.

Importa, entretanto, que os nossos quadros médios e superiores se preocupem com as suas competênci­as profission­ais, continuand­o a adquirir, permanente­mente, conhecimen­tos, de modo a poderem responder às exigências das empresas que existem no mercado de trabalho. Muitas vezes, os nossos jovens têm dificuldad­e em conseguir empregos, porque não têm as competênci­as necessária­s, para executar determinad­o tipo de tarefas, mesmo tendo cursos médios ou superiores. Já escrevemos neste espaço que as instituiçõ­es de ensino devem conhecer profundame­nte a dinâmica do mercado de trabalho, para que possam conceber programas que transmitam competênci­as capazes de, terminados os cursos, permitir que os recém-formados possam ser rapidament­e absorvidos pelo mercado de trabalho.

As empresas, porque querem maximizar o lucro, querem pessoas com elevada qualificaç­ão, devendo as nossas instituiçõ­es de ensino médio e superior ter em conta esta realidade.

As empresas não contratam quadros por caridade. Elas querem resultados para terem retornos, depois de realizarem os seus investimen­tos. As empresas não são casas de misericórd­ia. O aumento da qualidade do nosso ensino, um dos grandes objectivos do Executivo, pode vir a contribuir grandement­e para que os jovens que se formam possam conseguir empregos nos diferentes ramos da actividade produtiva.

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