Uma unificação perigosa à vista
Há um fundado receio na Europa, com sinais evidentes, de um avanço da extrema-direita sem precedentes no mundo. A esquerda política corre, com isso, sérios riscos de ser engolida. Por enquanto, o factor que justifica o crescimento de movimentos de extrema-direita, e até fascistas, é a migração.
Na Europa, as opiniões dividem-se sobre a questão da migração. A esquerda considera que, num mundo globalizado onde há mais mobilidade por causa dos avanços tecnológicos, é natural que haja mais movimentos migratórios, por considerar que sempre foram uma constante na História da humanidade, em vários sentidos.
Só que a extrema-direita europeia, e também a norteamericana, tenta diabolizar estes movimentos migratórios. Há dias, na última sessão do Parlamento Europeu, em Estrasburgo (França), antes do regresso das férias parlamentares, a direita radical chamou “parasitas” aos imigrantes que atravessam o Mediterrâneo para chegar à Europa. Nos EUA, os movimentos migratórios partem de países latino-americanos e árabes. Na Europa, de África e do Médio Oriente, através do Mediterrâneo.
A esquerda europeia considera que são naturais estes movimentos migratórios, porque a Europa, também a América, precisa de migrantes. E a justificação é simples: precisam combater o declínio demográfico acentuado nos seus países em função da queda da natalidade e o envelhecimento da população.
Mas é óbvio que estes países precisam também de segurança e de mecanismos de controlo das suas fronteiras. Só que, levado ao extremo, estes mecanismos abrem alas a redes de traficantes, que passam a gerir fluxos migratórios, na ausência de canais seguros e legais para controlar a migração.
O pior é que há um movimento nascente de unificação da extrema-direita europeia e norte-americana, para combater estes fenómenos da forma mais violenta e impopular, caso cheguem ao poder. A ascensão do populismo pelo mundo é assustadora.
Na Itália, o rosto destas políticas é, por estes dias, Matteo Salvini, cujo movimento “Cinco Estrelas” conta agora com um reforço de peso: um cidadão norte-americano, estratega reconhecido nestes assuntos. É Steve Bannon. Ficou conhecido, em Agosto de 2016, quando foi nomeado o director da campanha de Donald Trump a presidente dos EUA. Depois da vitória de Trump, Bannon foi nomeado “estratega-chefe” da Casa Branca. Era o único com acesso directo a Trump. Nem um ano fez, foi despedido por desentendimentos com Donald Trump.
Dizem que Steve Bannon é o ideólogo de um nacionalismo populista e proteccionista que sempre defendeu e sustentou publicamente quando dirigiu o sítio de notícias norte-americano na Internet Breitart.
Por estes dias, num “vai e vem” entre os Estados Unidos e a Itália, onde a extrema-direita tomou o poder, leva como ambição transformar o conservadorismo nos EUA e no mundo. Foi convidado a assessorar os italianos na implantação da direita e no combate à imigração que alega ameaçar uma "raça soberana suprema".
No entendimento do homem “estranho, muito estranho mesmo”, loiro de penteado em cabelos meio longos, com a barba sempre por fazer, os vistos HB1, que permitem aos migrantes ir para EUA, estudar e trabalhar, por exemplo, devem ser revistos. Para ele, só uma segunda geração de migrantes devia ter acesso a esse tipo de visto.
A direita radical perfila-se na Europa e nos Estados Unidos, criando fundados receios de que, se não houver uma acção prática e urgente da esquerda (cristã Católica), a raça humana na Terra pode voltar a viver os acontecimentos de há décadas ao tempo da segregação racial e da exclusão baseada em status sociais.
O pior é que há um movimento nascente de unificação da extremadireita europeia e norte-americana, para combater estes fenómenos da forma mais violenta e impopular, caso cheguem ao poder. A ascensão do populismo pelo mundo é assustadora