Irão realiza exercícios militares no Golfo Pérsico
As autoridades de Teerão ameaçaram bloquear o estreito de Ormuz zona considerada estratégica para os negócios
Os “Guardas da Revolução” do Irão disseram ontem terem realizado com sucesso na semana passada exercícios militares no golfo Pérsico para enfrentar “possíveis acções dos inimigos”.
O porta-voz dos “Guardas da Revolução”, Ramezan Sharif, citado pela agência oficial IRNA, assinalou a necessidade de manter e melhorar a preparação das unidades desta divisão das Forças Armadas iranianas para a defesa das vias navegáveis internacionais do Golfo Pérsico e do estreito de Ormuz.
As declarações ocorrem num contexto de crescente tensão com os Estados Unidos da América (EUA), que levou já as autoridades iranianas a ameaçarem bloquear o estratégico estreito de Ormuz, entre o Irão e Omã e por onde circula perto de 20 por cento do petróleo do Mundo, em resposta às sanções norte-americanas.
No final de Julho, o comandante da Marinha iraniana, almirante Hossein Khanzadi, advertiu que manter o estreito aberto ou fechado “depende dos interesses do Irão”.
“As cruéis sanções impostas ao Irão afectarão as funções do estreito de Ormuz”, disse Hossein Khanzadi.
Resposta iraniana
Ainda no final do passado mês de Julho, um conselheiro do Presidente iraniano, Hassan Rouhani, declarou que quaisquer negociações com os EUA devem começar por uma redução das hostilidades e um regresso ao acordo sobre o nuclear.
“Respeitar os direitos da nação iraniana, reduzir hostilidades e voltar ao acordo nuclear são passos que podem ser dados para pavimentar a estrada acidentada de conversações entre o Irão e a América”, escreveu Hamid Abutalebi na rede social Twitter.
O Presidente Donald Trump, disse também na semana passada que estava pronto a encontrar-se com os dirigentes iranianos quando eles quisessem, sem condições prévias.
“Imagino que quererão encontrar-se comigo, estou pronto para me encontrar com eles quando quiserem”, declarou Donald Trump numa conferência de imprensa na Casa Branca, depois de ter trocado mensagens hostis com Hassan Rouhani.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou em Maio o país do acordo nuclear de 2015 com o Irão, assinado entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Reino Unido, França, Rússia e China, além dos Estados Unidos da América), mais a Alemanha e Irão.
O acordo permitiu o levantamento de parte das sanções internacionais ao Irão em troca do compromisso deste país de que o seu programa nuclear tem fins pacíficos.
No final do passado mês de Julho as autoridades iranianas declararam que quaisquer negociações com os EUA devem começar pela redução das hostilidades