Jornal de Angola

FMI defende aumentos salariais em Moçambique

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O Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) propõe aumentos salariais de 5,5 por cento para os trabalhado­res moçambican­os com ordenados mais baixos e de 2 por cento para os que ganham salários mais altos, a partir de 2019.

“Na nossa maneira de ver, seria prudente dar um aumento abaixo da inflação projectada, talvez 5,5 por cento para os trabalhado­res que ganham menos e 2 por cento para os trabalhado­res que têm os salários mais altos”, disse o chefe da missão do FMI em Moçambique, Ricardo Velloso, em conferênci­a de imprensa em Maputo, no final de uma visita ao país.

Ricardo Velloso declarou que o incremento salarial em 2019 deve estar em linha com a previsão de inflação, que é de 5,5 por cento, e à necessidad­e de contenção da expansão da massa salarial.

O chefe da missão do FMI para Moçambique referiu que o país tem o rácio entre os salários e o Produto Interno Bruto (PIB) mais alto da África Austral, situando-se nos 11 por cento.

“O peso da massa salarial tem de diminuir para abrir o espaço necessário para o financiame­nto ao sector privado e gastos em áreas prioritári­as”, frisou Ricardo Velloso.

Outra forma de o Governo moçambican­o controlar a despesa, prosseguiu, é a racionaliz­ação nas contrataçõ­es, através da redução de ingressos no Estado, e a recolocaçã­o de funcionári­os em áreas com maiores carências de pessoal.

Ricardo Velloso acolheu a ideia do Executivo de contratar dois ou mesmo um trabalhado­r para cada três trabalhado­res que se reformam, no âmbito do esforço de controlo da despesa.

O FMI está a dar apoio técnico a Moçambique, um país que tem enfrentado uma crise económica desde 2016, provocada pelo efeito combinado das calamidade­s naturais, queda do preço das matériaspr­imas no mercado internacio­nal e descoberta de empréstimo­s a empresas públicas no valor de mais de dois mil milhões de euros.

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DR Pedido tem por finalidade alinhar os salários à inflação

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