Moise Katumbi promete recorrer às instâncias internacionais
O opositor congolês Moise Katumbi anunciou, domingo à noite, a intenção de recorrer a “todas as instâncias” contra aquilo que considerou ser uma “violação da Constituição, dos Acordos de São Silvestre e de duas resoluções das Nações Unidas”.
Moise Katumbi viu-se por duas vezes, sexta-feira e sábado, impedido de reentrar na RDC onde tencionava formalizar a sua candidatura às eleições presidenciais previstas para se realizarem no dia 23 de Dezembro.
O avião privado que o transportava da África do Sul foi impedido sexta-feira pelas autoridades congolesas de aterrar no aeroporto de Lubumbashi tendo, em consequência disso, o político se dirigido para a Zâmbia onde no dia seguinte foi igualmente travado na intenção de transpor de carro a fronteira de Kasumbalesa.
Um dos advogados de Moise Katumbi, Eric Dupond-Moretti, citado pela France Press, disse que o seu cliente tenciona recorrer para o Comité dos Direitos do Homem das Nações Unidas no sentido de denunciar aquilo que diz ser uma violação por parte do Governo da RDC do seu direito de regressar ao seu país, mesmo que para isso tenha que prestar contas à Justiça.
O advogado sublinhou que o Governo congolês está a violar os Acordos de São Silvestre que obrigavam Joseph Kabila a abandonar o poder no final do seu segundo mandato, em Dezembro de 2016.
Neste momento, Moise Katumbi encontra-se a 150 quilómetros da fronteira entre a Zâmbia e a RDC, não estando descartada a possibilidade de poder fazer uma nova tentativa para entrar no seu país e formalizar a sua candidatura às eleições presidenciais de 23 de Dezembro.
Antigo aliado de Joseph Kabila, Moise Katumbi passou em 2015 para a oposição abandonando pouco depois o país por alegados problemas de saúde e no meio de um processo judicial, no qual acabou condenado a três anos de prisão no final de um julgamento onde respondeu à revelia.