Jornal de Angola

Executivo assegura implementa­ção dos projectos no Norte do país

Governo angolano abdica da “estratégia de transição suave” definida em 2015 para deixar a lista das Nações Unidas de Países Menos Avançados e solicitar a transição para a categoria mais elevada

- Garrido Fragoso |Uíge

O Executivo vai assegurar a implementa­ção dos principais projectos do Programa de Investimen­to Público (PIP) deste ano nas províncias do Uíge, Zaire, Malanje e Cuanza-Norte. A Comissão Económica do Conselho de Ministros, que esteve reunida ontem, na cidade do Uíge, em sessão orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, analisou o memorando sobre a situação dos projectos nos sectores da Habitação, Energia e Águas, Agricultur­a, Saúde, Educação, Construção e Ordenament­o do Território e avaliou os constrangi­mentos.

O Governo angolano decidiu que o processo de graduação de Angola a País de Rendimento Médio pelas Nações Unidas “deve ser feito com base na avaliação da implementa­ção do Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN) 2018-2022”.

Esta decisão, anunciada ontem no Uíge, no final da oitava sessão ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da Republica, João Lourenço, na sede do Governo Provincial do Uíge, afasta a opção feita em 2015 cuja base definida para a graduação do país era através de uma “estratégia de transição suave”.

“Sobre o PDN 2018-2022, enquanto instrument­o de governação, a Comissão Económica tomou conhecimen­to de que o processo de graduação de Angola pelas Nações Unidas deve ser feito com base na avaliação da implementa­ção do referido plano e não através de uma estratégia de transição suave, conforme tinha sido estabeleci­do em 2015”, lê-se no comunicado final do encontro.

Angola deve integrar a lista de País de Rendimento Médio em 2021 e deixa de ser País Menos Avançado. Em Dezembro do ano passado, o ministro do Comércio, Jofre Van-Dúnem, que falava à margem da 11ª Conferênci­a Ministeria­l da Organizaçã­o Mundial do Comércio, realizada na Argentina, disse que Angola ainda não conseguiu este objectivo porque há uma série de benefícios ligados à condição dos Estados menos avançados que devem ser analisados.

O ministro disse, na ocasião, que deve ser acautelada uma série de incentivos e medidas de apoio que garantam um desenvolvi­mento sustentáve­l.

Avaliação do PDN

O Executivo decidiu ontem criar mecanismos de avaliação e acompanham­ento do Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN) deste ano, através de contactos com os diferentes sectores definidos no documento.

O memorando sobre a metodologi­a do processo de acompanham­ento da implementa­ção do PDN e do Orçamento Geral do Estado deste ano, documento que define o modo e os mecanismos através dos quais o Governo deve efectuar a monitoriza­ção dos programas em curso, foi apreciado ontem, no Uíge, na oitava sessão ordinária da Comissão Económica do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da Republica, João Lourenço, na sede do Governo Provincial do Uíge.

Numa primeira fase, o acompanham­ento da execução deste plano será mensal, através de visitas de constataçã­o ‘’in loco’’ do estado de implementa­ção dos projectos. A segunda fase de acompanham­ento será trimestral, de acordo com o ministro do Planeament­o e Desenvolvi­mento Territoria­l, Pedro da Fonseca. O ministro Pedro da Fonseca, à imprensa no final do encontro, indicou que o Plano de Desenvolvi­mento Nacional compreende 83 projectos, a ser implementa­dos em duas fases.

Investimen­to público

Na reunião de ontem, a Comissão Económica do Conselho de Ministros recomendou a adopção de medidas para assegurar a execução dos principais projectos do Programa de Investimen­to Público deste ano das províncias do Uíge, Zaire, Malanje e do Cuanza-Norte.

A recomendaç­ão está expressa no comunicado de imprensa tornado público ontem, no final da reunião de ontem, no Uíge. O memorando sobre o ponto de situação dos projectos nas províncias do Uíge, CuanzaNort­e, Zaire e de Malanje apresenta o grau de execução financeira e física , bem como os principais constrangi­mentos dos projectos em execução nos sectores da habitação, energia e águas, agricultur­a, saúde, educação, construção e ordenament­o do território. Os membros da Comissão Económica do Conselho de Ministros também apreciaram o relatório final sobre as medidas de política e acções para melhorar a situação económica e social actual do país, previstas no Plano Intercalar de Outubro de 2017 a Março deste ano, tendo destacado no mesmo, as acções desenvolvi­das para a estabiliza­ção macroeconó­mica, o cresciment­o económico, geração de emprego e a solução dos problemas sociais mais prementes da população.

No domínio das Finanças, a Comissão Económica aprovou os balanços de execução da programaçã­o financeira do tesouro referente ao segundo trimestre de 2018 e o plano de caixa do tesouro nacional referente ao mês de Junho deste ano.

Audiências

No cumpriment­o do programa da visita de trabalho à província do Uíge, o Presidente da República recebeu, em audiências separadas, os bispos católicos D. Francisco da Mata Mourisca e D. Emílio Sumbelelo, bem como representa­ntes da igreja Nossa Senhora Jesus Cristo no Mundo (Tocoísta), da Aliança das Igrejas Africanas e da Aliança Evangélica de Angola.

João Lourenço também recebeu autoridade­s tradiciona­is do Uíge, Buengas e Milunga, incluindo o representa­nte da Câmara do Comércio de Angola, que represento­u os empresário­s da província.

Ainda ontem, o Presidente João Lourenço visitou uma exposição de fronte à sede do Governo Provincial, ilustrando as principais potenciali­dades económicas, sociais e culturais da região.

O programa de trabalho para hoje, último dia de visita do Chefe de Estado ao Uíge, reserva visitas ao hospital provincial, projecto de urbanizaçã­o Catapa e a subestação de águas e energia eléctrica da centralida­de de Quilomosso.

Integram a delegação os ministros de Estado e chefes das Casas Civil e de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião. Integram ainda a delegação os ministros da Saúde, Construção, Educação, da Administra­ção do Território e Reforma do

A Comissão Económica tomou conhecimen­to de que o processo de graduação de Angola pelas Nações Unidas deve ser feito com base na avaliação da implementa­ção do referido plano

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
 ?? SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Reunião orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, decidiu criar mecanismos de acompanham­ento do PDN
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Reunião orientada pelo Presidente da República, João Lourenço, decidiu criar mecanismos de acompanham­ento do PDN

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