PRISÃO PARA SUSPEITOS DE TENTATIVA DE GOLPE
Um tribunal de São Tomé e Príncipe decretou ontem a prisão preventiva para os cinco suspeitos de tentarem sequestrar o Presidente de São Tomé e o líder do Parlamento, bem como assassinar o primeiro-ministro, disse à Lusa fonte judicial.
Os cinco arguidos são três cidadãos espanhóis e dois são-tomenses que, segundo o Governo, “actuavam no país como mercenários” e tinham em posse “material bélico, facas de mato, granadas, binóculos e óculos de visão nocturna e uniformes estrangeiros com distintivos nacionais”.
O juiz de instrução criminal, António Bonfim Gentil, decretou a medida de coação mais gravosa para os cinco arguidos por considerar que uma eventual libertação dos mesmos sob termo de identidade e residência “poderia embaraçar a recolha de mais elementos de prova para o processo”. Os cinco arguidos estão a ser defendidos por quatro advogados que se recusaram a falar sobre a decisão do tribunal, mas que lamentaram o “tratamento” dado aos detidos que “roça a violação dos direitos humanos” por parte dos elementos de segurança. Um dos advogados que estava ao serviço do consulado de Espanha na capital são-tomense lamentou também o facto de, apesar da autorização do juiz, os seguranças não terem permitido que conversasse com os detidos espanhóis, cujas famílias deveriam “ser postas ao corrente da situação em que eles se encontram em São Tomé e Príncipe”.
Na quarta-feira, em comunicado, o Governo são-tomensalientoua gravidade situação e dos actos perpetrados.