Morte do agente da Polícia é investigada
Um inquérito para apurar as causas que levaram o agente da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) no Cuando Cubango, Silva Campos Chinguto, a enforcar-se numa cela do Serviço de Investigação Criminal (SIC), no dia 4 deste mês, foi já instaurado pela delegação do Ministério do Interior (MININT).
De acordo com a Polícia Nacional, o agente de primeira classe da PIR Silva Campos Chinguto, de 31 anos, foi encontrado sem vida na casa de banho, que fica a poucos metros onde pernoitava com os restantes sete companheiros da cela.
O chefe do departamento de Crimes Contra as Pessoas, inspector Filipe Kuende, disse que Silva Campos Chinguto acabou com a sua vida amarrando o pescoço com uma das mangas do casaco.
Tendo em conta o sucedido, explicou, o delegado provincial do Ministério do Interior mandou instaurar um inquérito para averiguar as causas que estiveram na origem do suicídio, uma vez que o agente se encontrava detido e nem sequer tinha culpa formada do que era acusado.
Do inquérito, segundo o oficial da Polícia Nacional, serão ouvidas as pessoas que se encontravam detidas com a vítima e também os agentes do SIC em serviço naquele dia, para se apurar as causas que levaram a morte do colega da PIR. Sem revelar o conteúdo, Filipe Kuende disse que Silva Campos Chinguto antes de cometer o suicídio escreveu um bilhete que deve servir como prova para se esclarecer o mistério.
“Oportunamente, vamos falar aos órgãos de Comunicação Social sobre o resultado final do inquérito que está a ser levado a cabo para o devido esclarecimento dos factos”, disse. O inspector informou que o agente foi detido no dia 3 deste mês pelo SIC, por ter sido apanhado em flagrante a furtar bens no Palácio do Governo onde se encontrava destacado. Tinha em sua posse um televisor, tapetes e mobília pertencentes ao ex-governador Higino Carneiro.
“Tomámos conhecimento do triste episódio na manhã de sábado, dia 4, quando a equipa do piquete do SIC em serviço fazia a contagem dos detidos. Foi aí que se deu conta de que faltava um detido. Os restantes companheiros de cela tinham dito que Silva Campos Chinguto encontrava-se na casa de banho, onde foi encontrado já sem vida.”
O corpo de Silva Campos Chinguto foi transladado para a sua terra natal, no município de Catchiungo, província do Huambo, onde vai ser sepultado. Contactado por telefone pelo Jornal de Angola, o pai do agente, Fernando Chinguto, disse que não foi possível realizar a autópsia do corpo do filho por falta de dinheiro.