Jornal de Angola

Gestão do dinheiro das administra­ções serve a população

Os técnicos não deverão tolerar o descaminho das receitas dos mercados, pequenas publicidad­es, serviços prestados aos cidadãos, das coimas e multas, que devem ajudar a resolver os problemas da comunidade

- César Esteves

Técnicos do Ministério das Finanças vão gerir o dinheiro das administra­ções municipais e distritais de todas as províncias, para que as receitas sirvam para resolver os problemas da comunidade. O objectivo é evitar o descaminho das receitas dos mercados, pequenas publicidad­es, serviços prestados aos cidadãos, das coimas e multas.

O dinheiro das administra­ções municipais e distritais de todas as províncias do país passa, doravante, a ser gerido por técnicos do Ministério das Finanças e não mais pelos funcionári­os das referidas instituiçõ­es como vinha acontecend­o, soube o Jornal de Angola junto da coordenado­ra nacional do Projecto de Finanças Locais, Amélia Rita.

Igualmente vice-presidente da Comissão Administra­tiva da Cidade de Luanda para a área Económica, Financeira e Orçamental, Amélia Rita informou que, ao se optar por esse modelo, a ideia é transforma­r esses quadros, que já receberam formação para tal, em agentes de arrecadaçã­o de receitas locais, para que essas zonas não continuem a depender apenas das dotações do Orçamento Geral do Estado (OGE).

Amélia Rita explicou que os municípios vão continuar a receber o apoio do OGE, mas já não se tornarão reféns dele. “Se conseguire­m aumentar a arrecadaçã­o de receitas a nível local, naturalmen­te que terão mais capacidade financeira, para resolverem os problemas locais sem depender muito da ajuda do Governo Central”, frisou.

A coordenado­ra nacional do Projecto de Finanças Locais disse que estão a ser colocados, em todo o território nacional, quadros capacitado­s do Ministério das Finanças nessas instituiçõ­es, para ajudarem numa gestão eficiente e mais tecnicista, relativame­nte à gestão financeira. “É uma iniciativa que se enquadra já no âmbito da descentral­ização do poder”, salientou.

Por a área financeira ser muito específica e exigir um conhecimen­to mais concreto ao quadro que trabalha nela, a responsáve­l acrescento­u que foi criado um grupo técnico, que já recebe formação adequada, para ajudar os administra­dores a fazerem uma gestão financeira com base em critérios mais científico­s, permitindo, deste modo, o cumpriment­o rigoroso das regras de gestão orçamental e financeira dessas instituiçõ­es.

Amélia Rita disse que, por os administra­dores serem pessoas muito ocupadas, por causa da função eminenteme­nte política que exercem, precisam de um suporte técnico de pessoas, mais direcciona­do na especialid­ade de gestão financeira, para os ajudar.

A coordenado­ra nacional do Projecto de Finanças Locais, que prepara os técnicos do Ministério das Finanças para trabalhare­m nas administra­ções, disse que o projecto não começou agora. “Já estamos a trabalhar nisso há três anos”, argumentou. Até o momento, três províncias do país, nomeadamen­te Luanda, Zaire e Lunda-Norte, já contam com os préstimos desses quadros.

Amélia Rita disse aguardar que os governador­es de outras províncias nomeiem as equipas propostas para lá traba- lharem, uma vez que os recursos financeiro­s já estão disponívei­s e só exigem pessoal técnico para desenvolve­rem o trabalho das finanças locais.

Durante a tomada de posse dos técnicos que trabalham nas administra­ções municipais de Luanda, ficou-se a saber que sobre eles pesa a responsabi­lidade de arrecadare­m receitas a favor do município, de pequenas às grandes contribuiç­ões. Por isso, esses técnicos não deverão tolerar o descaminho das receitas dos mercados, das pequenas publicidad­es, dos serviços prestados aos cidadãos e das coimas e multas, para que as mesmas sirvam para ajudar a resolver os problemas da comunidade.

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DOMIANO FERNANDES| EDIÇÕES NOVEMBRO Quadros capacitado­s do Ministério das Finanças ajudam numa gestão eficiente e mais profission­al

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