Lusíada quer participar na preservação dos centros históricos
A universidade privada afirma que a parceria vai ajudar a resolver problemas arquitectónicos que Angola enfrenta
O Centro de Estudo e Investigação Científica de Arquitectura (CEICA) da Universidade Lusíada de Angola quer estabelecer uma parceria com o Executivo no âmbito da preservação dos centros históricos de Angola.
A pretensão da Universidade Lusíada de Angola foi tornada pública durante um fórum sobre arquitectura, realizado na província da Huíla pela Administração Municipal do Lubango.
A directora do Centro de Estudo e Investigação Científica de Arquitectura, Suzana Lima, informou que, desde 2005, o Departamento de Arquitectura da universidade privada realiza trabalhos de prospecção em zonas históricas, como a Quiçama, onde se encontra o Santuário da Mamã Muxima, Massangano, Dondo, província do Cuanza-Norte, Mbanza Kongo, Zaire, Sumbe, Cuanza-Sul, Benguela, Catumbela, e Lubango, Huíla.
Suzana Lima disse acreditar que uma parceria com o Executivo vai ajudar a resolver os problemas arquitectónicos que Angola enfrenta e um deles é a necessidade de reestruturação e modernização dos centros históricos e culturais.
O último trabalho de prospecção foi realizado na cidade do Lubango, onde foi apresentado o resultado de uma pesquisa de estudantes finalistas do curso de Arquitectura, com o tema “Centro Histórico do Lubango”.
O grupo de estudantes fez um levantamento da realidade do município do Lubango e, para sua realização, contou com o apoio do Governo Provincial da Huíla.
“O trabalho serviu para a elaboração de um plano para salvaguardar o centro histórico do Lubango, com um novo planeamento e restauro, baseado nas necessidades da comunidade", acentuou a directora do Centro de Estudo e Investigação Científica de Arquitectura, que disse ter sido o trabalho feito com "responsabilidade e suporte técnico-científico".
O Centro de Estudo e Investigação Científica de Arquitectura foi criado no ano lectivo 2004/2005, mas só começou a desenvolver actividade científica e pedagógica depois da criação, no ano seguinte, de um núcleo de estudos para a pesquisa, investigação e difusão.
O Centro de Estudo e Investigação Científica de Arquitectura está voltado para a reflexão e difusão das Artes, Arquitectura, Urbanismo e Designer e o seu objectivo é a valorização e preservação do património arquitectónico e urbanístico de Angola.
Até hoje, o Centro de Estudo e Investigação Científica de Arquitectura formou mais de cem arquitectos, entre nacionais e estrangeiros. A sua abordagem investigativa concentra-se na "vertente africana", por via da qual faz uma reflexão crítica sobre a africanidade e os problemas da arquitectura e urbanização em África, explicou Suzana Lima,
“No domínio dos estudos e investigação aplicada ao ensino, desenvolvemos trabalhos permanentes nos campos científicos do Ordenamento do Território, Urbanismo e Arquitectura, nomeadamente, arquitectura de terra, planeamento rural, habitação social, cidades, centros históricos, património cultural imóvel e arquitectura moderna”, adiantou a responsável.
Cidade do Lubango
No fórum sobre arquitectura foram apresentados os pontos históricos do município do Lubango, que tem uma superfície de 3.140 quilómetros quadrados e uma população estimada em 776.249 habitantes. A construção da cidade do Lubango iniciou-se no final de 1884 na confluência dos rios Mucufi e Mapunda.
A designação Lubango provém de Luvango, nome pelo qual era conhecido o soba da área, que, mais tarde, passou a ser chamado de Lubango.
A cidade afirmou-se gradualmente como principal conjunto urbano da região e foi elevada à capital de distrito em 1901, fruto do aumento do comércio e dos serviços prestados. A chegada do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes em 1923 ao Lubango coincidiu com a sua elevação à categoria de cidade a 31 de Maio do mesmo ano.