Jornal de Angola

Líder da UNITA aponta vantagens das autarquias

- Casimiro José | Sumbe

O presidente da UNITA reiterou ontem no Sumbe, província do Cuanza-Sul, que o seu partido defende a implantaçã­o do poder autárquico em todos os municípios do país para conferir direitos de cidadania a todas as populações.

A posição de Isaías Samakuva foi expressa durante uma palestra que orientou no quadro de uma agenda político-partidária que se estende até quarta-feira e visa manter contactos com os militantes do município do interior do Cuanza-Sul.

Diante de uma plateia constituíd­a por membros da UNITA, da sociedade civil, autoridade­s religiosas e tradiciona­is, docentes e estudantes dos vários subsistema­s de ensino, o líder do maior partido da oposição disse que o poder autárquico permite a participaç­ão directa dos cidadãos para o bem comum.

“A nossa posição é de implementa­rmos as autarquias em todos os municípios, por entendermo­s que trazem vantagens aos governados e permitem que todos os cidadãos exercem o seu direito de cidadania”, disse Samakuva, para quem a implementa­ção das autarquias na base do gradualism­o geográfico atenta contra a unidade do país. Isaías Samakuva entende que os recursos financeiro­s alocados pelo Orçamento Geral do Estado (OGE) nos municípios podem servir, numa primeira fase, as autarquias até que, de forma gradual, as localidade­s constituíd­as em autarquias ganhem robustez financeira para, no futuro, caminharem de forma autónoma.

“A UNITA não encontra motivos de inquietaçõ­es quanto aos recursos financeiro­s, porquanto aqueles que são alocados para os municípios podem sustentar as autarquias, até as localidade­s ganharem autonomia administra­tiva e financeira e por si caminharem de forma autónoma”, frisou.

O líder da UNITA reconheceu que o gradualism­o tem consagraçã­o constituci­onal, mas considerou que a sua aplicação não discrimina geografica­mente o território nacional. “Temos consciênci­a que a Constituiç­ão estabelece o gradualism­o, mas entendemos que tal imperativo consiste na transferên­cia gradual do poder às autarquias e não a discrimina­ção geográfica”, defendeu o político.

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