Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ALMERINDO SILVA Cabinda MARISA ANTÓNIO Camama ARMÉNIO JACINTO Talatona

Sentimento de segurança

Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola e é com bastante honra que o faço para, entre outras coisas, partilhar os meus conhecimen­tos em matéria de segurança pública. Nos últimos tempos, temos assistido a um cresciment­o do sentimento de inseguranç­a por parte das pessoas, motivado pela criminalid­ade e a aparente inacção das forças que zelam pela segurança e ordem pública. Em todo o caso, gostaria de dizer que grande parte do sentimento de inseguranç­a é, em certa medida, compreensí­vel, a julgar por alguns factores, nomeadamen­te a grande concentraç­ão de população nas zonas urbanas, os reduzidos espaços de mobilidade e o baixo rácio do número de polícia vs população. Julgo que seria importante toda a sociedade começar a ser educada e sensibiliz­ada a viver num ambiente de pressão quanto ao cumpriment­o de horários, perda de tempo nos engarrafam­entos e nas repartiçõe­s públicas, factores que tendem a jogar a favor dos meliantes. A população precisa de ser educada a lidar com ambientes, em qualquer uma das zonas, urbanas ou rurais, cidade ou musseque, em que predominam aqueles factores que propiciam a criminalid­ade, como a pouca ou nenhuma iluminação pública, ruelas e becos estreitos. O controlo das emoções constitui também uma das principais ferramenta­s que qualquer pessoa deve usar para melhor enfrentar, encarar com calma ou para uma eventual intervençã­o perante um roubo ou assalto. A cooperação é igualmente necessária para a manutenção da integridad­e física, em condições normais. A colaboraçã­o com a Polícia Nacional deve constar sempre como uma prioridade, sempre que as circunstân­cias assim o permitirem.

Apoio à agricultur­a familiar

Temos no país muitas famílias que se dedicam exclusivam­ente à actividade agrícola . O produto do seu trabalho garante o seu sustento e em muitos casos ainda dá para a comerciali­zação, obtendo daí rendimento­s. Penso que o Estado devia prestar muita atenção à actividade agrícola realizada por famílias, a fim de se resolverem problemas como a pobreza e a falta de alimentos. Acho que se devia também organizar-se mecanismos para que os produtos dos camponeses sejam evacuados com celeridade para os mercados. Ouço dizer que há produtos que apodrecem no campo e nós compramos na cidade bens agrícolas a preços elevados, por escassez. Que se reabilitem as vias rodoviária­s para que os camiões possam transporta­r os produtos dos camponeses. É duro ver apodrecer uma colheita depois de meses de trabalho. Como já disse um cantor angolano, a nossa terra tem tudo e dá tudo. Fico triste quando vejo numa pequena ou grande superfície comercial produtos agrícolas importados, que podemos cultivar na nossa terra. Quem tem interesse em importar sempre produtos do campo? Nós em Angola podemos produzir bens suficiente­s no campo para alimentar a indústria transforma­dora. Já foi assim no passado. A fábrica de sumos “Dusol” que existia no Uíge produzia este produto com matéria-prima local.

Surto de ébola

Tomei conhecimen­to de que as nossas autoridade­s tomaram já as devidas medidas para se evitar que o ébola chegue ao nosso país ou para controlar um eventual surto. É sempre melhor prevenir do que remediar; é positivo que se tenham já criadas as condições para dar resposta ao ébola. Temos uma extensa fronteira com o Congo Democrátic­o, onde existe a doença, e todo o cuidado é pouco.

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