Falta água e energia em bairros da Cahama
Moradores dos bairros Cahama Velha, Calemba, Jangada Ekonko e Epupa, no município da Cahama, província do Cunene, estão agastados com a falta de água e de energia eléctrica.
A água há muito que deixou de jorrar nas torneiras e os munícipes são obrigados a percorrer longos quilómetros, com baldes à cabeça, até aos pontos de abastecimento.
Josefina Mohongo, 46 anos, 15 dos quais no bairro Cahama Velha, conta que não é fácil conseguir água nos fontenários públicos.
“Muitas vezes somos obrigados a comprar água em cisternas, a preços exorbitantes”, sublinhou a moradora, acrescentando que “a água consumida pela maior parte população, retirada em cacimbas, não é própria para o consumo humano”.Josefina Mohongo defende que urge a necessidade de se encontrarem soluções, que passam pela abertura de mais furos de água, bem como pela construção de sistemas de captação, tratamento e abastecimento.
Diniz Pascoal, morador do bairro Calemba, disse que além da falta de água, o município debate-se ainda com cortes frequentes de energia eléctrica, principalmente às noites, o que facilita as acções dos delinquentes.
O administrador do município da Cahama, Lopo Bravo da Costa, disse estar a par das preocupações da população e garantiu que estão a ser tomadas medidas para se solucionar os problemas que afectam os munícipes, sobretudo os dos bairros periféricos, onde os chafarizes estão inoperantes e prospera o negócio de venda de água.
Segundo Lopo Bravo da Costa, está a ser implementado um projecto que visa melhorar o abastecimento de água à vila da Cahama, que se encontra em fase avançada de execução.
Lopo Bravo da Costa disse que o referido projecto, com 46 quilómetros de rede de distribuição, contempla nove furos de captação, uma estação de tratamento de água (ETA) e dois reservatórios com capacidade de 70 mil litros cada. O projecto, acrescentou, vai permitir 1.500 ligações domiciliares, das quais 246 já estão concluídas.
Energia eléctrica
O administrador da Cahama disse que a vila é abastecida por um grupo gerador, que se encontra avariado. “Os nossos grupos geradores são antigos e não temos especialistas para os trabalhos de reparação de grandes avarias”, disse Lopo Bravo da Costa.
Apenas a parte alta da vila está a beneficiar do fornecimento de energia e a baixa deixou de ser iluminada há três meses, por avaria de um dos grupos geradore.