Patrões e as intermediárias
O tráfico ilegal de divisas em Luanda, em plena via pública, prossegue num desafio descarado, insultuoso mesmo, à lei, escudado na impunidade de uns quantos que, apesar de sinais em contrário, continuam a sentir-se intocáveis.
Este crime público, é disso que se trata, continua em grande expansão, a avaliar pelo número crescente de intermediárias, as kinguilas, e do dinheiro em circulação que não lhes foi parar às mãos por artes mágicas.
De onde vem este dinheiro? Quem são os verdadeiros donos do negócio? Perguntas com respostas fáceis. Apenas as desconhece quem quer. Não é preciso ter inteligência acima da média para as obter. Até um néscio percebe quais as possíveis origens.
O escândalo há-de ter um fim. Que não passa por mais uma operação de deter as kinguilas, levá-las para as esquadras, soltá-las para no dia seguinte continuarem, de perna traçada, a acção delituosa, no cumprimento de um ciclo vicioso. A solução é deter os fornecedores, julgá-los, condená-los pelos vários crimes que cometem. Que podem passar, entre outros, por abuso de confiança, atentado ao erário, incentivo ao ócio, negócio ilegal, corrupção, associação criminosa.
Por que é que estes bandidos continuam à solta? Que responda quem tem a obrigação de o fazer.