Jornal de Angola

Patrões e as intermediá­rias

- Luciano Rocha

O tráfico ilegal de divisas em Luanda, em plena via pública, prossegue num desafio descarado, insultuoso mesmo, à lei, escudado na impunidade de uns quantos que, apesar de sinais em contrário, continuam a sentir-se intocáveis.

Este crime público, é disso que se trata, continua em grande expansão, a avaliar pelo número crescente de intermediá­rias, as kinguilas, e do dinheiro em circulação que não lhes foi parar às mãos por artes mágicas.

De onde vem este dinheiro? Quem são os verdadeiro­s donos do negócio? Perguntas com respostas fáceis. Apenas as desconhece quem quer. Não é preciso ter inteligênc­ia acima da média para as obter. Até um néscio percebe quais as possíveis origens.

O escândalo há-de ter um fim. Que não passa por mais uma operação de deter as kinguilas, levá-las para as esquadras, soltá-las para no dia seguinte continuare­m, de perna traçada, a acção delituosa, no cumpriment­o de um ciclo vicioso. A solução é deter os fornecedor­es, julgá-los, condená-los pelos vários crimes que cometem. Que podem passar, entre outros, por abuso de confiança, atentado ao erário, incentivo ao ócio, negócio ilegal, corrupção, associação criminosa.

Por que é que estes bandidos continuam à solta? Que responda quem tem a obrigação de o fazer.

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