Jornal de Angola

Cimeira de Luanda procura solução para África Central

Chefes de Estado analisam o último acordo de paz no Sudão do Sul, que prevê a partilha do poder entre o actual Presidente, Salva Kiir, e o líder rebelde, Riek Machar

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A situação política na África Central e Austral será discutida hoje, em Luanda, numa Cimeira que junta os Chefes de Estado de Angola, Congo, Gabão, Ruanda, Uganda, RDC e o Presidente da Comissão da União Africana (UA), o chadiano Moussa Faki Mahama. A reunião vai dedicar particular atenção à RDC e à República Centro Africana e antecede em três dias a cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), que decorrerá em Windhoek (Namíbia), durante a qual está prevista uma discussão e concertaçã­o política sobre os projectos de paz e estabilida­de.

Luanda acolhe hoje uma Cimeira com os Presidente­s de Angola, Congo, Gabão, Ruanda e Uganda para analisar a situação política na África Central e Austral, com especial atenção à República Democrátic­a do Congo (RDC).

Fonte oficial disse ontem que estavam confirmada­s as presenças dos chefes de Estado congolês, Denis Sassou Nguesso, gabonês, Ali Bongo, ruandês, Paul Kagamé, e ugandês, Yoweri Museveni, bem como da RDC, Joseph Kabila, e do presidente da Comissão da União Africana (UA), o chadiano Moussa Faki Mahamat.

O ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, indicou, na sexta-feira passada, que a situação da RDC será um dos temas fortes a abordar na reunião

O ministro das Relações Exteriores angolano, Manuel Augusto, indicou, na sextafeira, que a situação da RDC será um dos temas fortes a abordar na reunião, em que se pretende também privilegia­r a procura de “soluções africanas para os problemas africanos” nas discussões, que envolvem também as crises políticas e militares no Sudão do Sul, Sudão, República Centro Africana e Lesoto.

Sobre a RDC, Manuel Augusto saudou a decisão do chefe de Estado congolês se abster de se apresentar a um terceiro mandato, constituci­onalmente proibido, nas eleições de 23 de Dezembro deste ano, salientand­o a “evolução positiva” em curso no país vizinho.

Por outro lado, Manuel Augusto manifestou a preocupaçã­o de Angola, na qualidade de presidente do Órgão de Defesa e Segurança da SADC, com a situação político-militar da República Centro-Africana (RCA), país em que “não existe estabilida­de” desde o afastament­o do poder, em 2013, do então Presidente, François Bozizé, pelas milícias Seleka, que pretendiam defender a minoria muçulmana, desencadea­ndo uma contra-ofensiva dos anti-Balaka, maioritari­amente cristãos.

Manuel Augusto disse que alguns anos depois da realização das eleições, não há estabilida­de e o governo não consegue estender a sua autoridade a todo o território nacional. “A cimeira de Luanda será uma ocasião para que alguns dos líderes da região possam abordar, não só a situação, mas fundamenta­lmente procurar soluções para os problemas que se apresentam”, sublinhou o ministro.

Os estadistas analisam igualmente o último acordo de paz no Sudão do Sul, que prevê a partilha do poder entre o actual Presidente da República, Salva Kiir, e o líder rebelde, Riek Machar.

A cimeira, da iniciativa do Presidente João Lourenço, surge da necessidad­e de os problemas do continente serem, em primeira instância, e sempre que possível, resolvidos pelos líderes e governos da região, segundo Manuel Augusto, destacando o princípio de “soluções africanas para problemas africanos”.

“Por essa razão, o Presidente João Lourenço tomou esta iniciativa de convidar alguns dos seus homólogos para um diálogo, uma troca de impressões à luz dos últimos desenvolvi­mentos” na região.

A reunião de Luanda antecede, em três dias, a cimeira dos chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvi­mento da África Austral (SADC), que decorre em Windhoek (Namíbia), durante a qual está prevista uma discussão e concertaçã­o política sobre os projectos de paz e estabilida­de nas duas regiões africanas.

O Presidente João Lourenço participa, ainda esta semana, na cimeira ordinária da SADC, em Windhoek, Namíbia. Na cimeira, a primeira ordinária em que João Lourenço participa como Chefe de Estado, Angola vai passar a presidênci­a do Órgão de Cooperação Política, Defesa e Segurança da SADC para a Zâmbia, mantendo-se, contudo, como membro da troika do organismo.

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO A Cimeira de Luanda é uma iniciativa do Chefe de Estado angolano, João Lourenço

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