Insegurança alimentar está agravada pela seca
O director para a Alimentação, Agricultura e Recursos Naturais da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) alertou que a seca poderá agravar a insegurança alimentar na região.
“A situação de segurança alimentar na região é boa, mas situações de insegurança alimentar podem ocorrer em comunidades mais vulneráveis em países como Lesotho, Malawi, Moçambique, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe”, disse aos jornalistas Domingos Gove, à margem da reunião do Conselho de Ministros da SADC a decorrer em Windhoek, Namíbia.
O responsável disse que o baixo índice de precipitação e chuva ocorrido na última temporada afectou negativamente as colheitas na região austral, com quedas de produção na ordem dos 23% (África do Sul) e 34% (Zâmbia) - os principais produtores de milho e cereais na região.
Instou os agricultores a manter o “stock” para fazer face à seca, “que deve agravar-se nesta temporada”.
Domingos Gove referiu ainda que a existência de doenças em várias culturas agrícolas, nomeadamente na banana e no milho, “também ameaçam a produção agrícola na região”.
Quanto à produção animal na região, Domingos Gove considerou a “perspectiva positiva” no sector, mas avisou sobre ameaças “de doenças transfronteiriças”.
"É importante que a SADC trabalhe como um bloco regional, porque estas doenças podem facilmente transitar de um país para outro, o que pode ter um impacto muito grande na economia regional ", sublinhou.
No sector pesqueiro, o director para a Alimentação, Agricultura e Recursos Naturais da SADC disse que o bloco regional "está a trabalhar no estabelecimento de um centro de coordenação, controlo e vigilância para combater a pesca ilegal".
O Conselho de Ministros da SADC antecede a 38.ª Cimeira ordinária de Chefes de Estado e de Governo que a Namíbia acolhe no final de semana, em Windhoek.
Amanhã, quinta-feira, está agendada a reunião cimeira do Órgão da Troika da SADC (organismo responsável pela paz e segurança, presidido por Angola).