CARTAS DOS LEITORES
Sexto ramo
Fiquei há dias surpreendido com a posição assumida pelo Governo do Presidente Donald Trump, relacionada com a criação de um sexto ramo para as forças armadas. E pior ainda com a perspectiva de reacções de países como a China e a Rússia, aparentemente os países visados desta empreitada que apenas encontra precedentes na administração do Presidente Ronald Reagan. A chamada Star War ou, em português, a "guerra das estrelas" parece agora ressuscitada por Donald Trump, que pretende ver protegidos os satélites norte-americanos estacionados no espaço sideral. Em minha opinião, essa pretensão de Trump, que deverá ainda ser secundada pelo Congresso, vai acabar por levar os principais concorrentes a tomar contra medidas que, em certo sentido, levar a uma confrontação militar. O que os Estados Unidos pretendem, até aonde julgo entender, é preservar os seus satélites de comunicação, fundamentalmente os de uso militar. Entendem os americanos que em caso de conflito militar, os meios bélicos que dependem dos sistemas de navegação e GPS, assegurados pelos satélites no espaço, podem ficar em causa sobretudo se ficarem desprotegidos. Esta parece ser a razão principal que leva Donald Trump a pretender criar um sexto ramo das forças armadas virado para o espaço. Para terminar, gostaria apelar a comunidade internacional a fazer mais para que a paz e segurança internacionais não sejam postos em causa por manobras de líderes políticos, movidos pelo oportunismo.
Apoio à agricultura
Escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para falar sobre a agricultura familiar, aquela que muitas vozes entendidas na matéria não se cansam de lembrar que deve ser a base. Ao contrário da mecanização que muitos acham que deve ser necessariamente o caminho, na verdade, o processo de mecanização também contribui para o empobrecimento de milhares de famílias e acaba por "monopolizar" a prática de agricultura. Espero que o Governo, através do Banco de Desenvolvimento Angolano (BDA), incrementasse mais o apoio aos nossos agriculturas. Acho que essa aposta deve ser reforçada se a intenção for reduzir significativamente aqueles indica dores que ainda nos envergonham a todos.
Época de praia
Findo o período do Cacimbo, abrese agora a perspectiva da fase de turismo e banho junto da orla marítima de Luanda, quiçá de Angola. Escrevo para o Jornal de Angola para abordar um bocado o problema das praias que se encontram desprovidas de sinais e reclames que ajudem a informar os banhistas sobre o estado da praia. Julgo que está na hora das autoridades marítimas ou ligadas ao Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB) velarem pelo uso das praias em condições de segurança. A afixação de cartazes a dar informações sobre a praia devia ser obrigatório e, para ser mais incisivo, as pessoas deviam ser sensibilizadas a descartar toda e qualquer possibilidade de banhar ali onde não exista nenhum cartaz. A polícia marítima devia encarregar-se do "enforcement" dessas imposições legais para que a ninguém fosse permitido usar as praias sem as devidas condições de segurança. Em nome da preservação da vida e da segurança dos banhistas, devemos reforçar as medidas porque, de outro modo, teremos os mesmos números de afogamentos. No ano passado, lembro-me que houve um número elevado de pessoas que se tinham afogado.