Jornal de Angola

Movimento rebelde ameaça recomeçar as hostilidad­es

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A direcção do Movimento 23 de Março (M23) ameaçou retomar as hostilidad­es na República Democrátic­a do Congo RDC), caso as eleições não sejam inclusivas.

Num comunicado, o M23 pede ao Governo congolês e à Comissão Nacional Eleitoral Independen­te (CENI) que respeite o processo eleitoral em curso e o seu carácter inclusivo, conforme o espírito do acordo de 31 de Dezembro de 2016. Caso contrário, refere o comunicado, “o M23 já não vai continuar a responder às provocaçõe­s das FARDC, como vinha fazendo.”

Aquele movimento político-militar lembra que por causa do não respeito, pelo Governo congolês, das declaraçõe­s assinadas no dia 12 de Dezembro de 2013, em Nairobi, o M23 continua fisicament­e presente no território nacional congolês, desde o dia 14 de Janeiro de 2017.

“Não se trata de ir combater, mas de apoiar o processo eleitoral, a única via susceptíve­l para o povo ter dirigentes legítimos e dignos, capazes de, eficazment­e, enfrentare­m as causas profundas do conflito que assola o país há várias dezenas de anos”, explicou o presidente do M23, Bertrain Bisimwa.

“É por causa do apoio ao processo eleitoral que o M23 se abstém de responder às múltiplas provocaçõe­s das forças governamen­tais e dos seus aliados”, prosseguiu Bertrain Bisimwa.

No entanto, alerta, a atitude de abstenção só se manterá se o actual processo eleitoral for inclusivo, transparen­te e livre, por forma a garantir a confiança dos eleitores.

Entretanto, o presidente da Comissão Eleitoral Nacional Independen­te (CENI), Corneille Nangaa, disse em Kinshasa que a sua instituiçã­o não precisava de qualquer apoio logístico da comunidade internacio­nal, por meio da Monusco.

O presidente da CENI reagia a uma declaração da Monusco, feita segunda-feira, que pediu àquele órgão eleitoral para informar sobre as suas necessidad­es logísticas, para um possível apoio. Com o equipament­o pertencent­e às Forças Armadas Congolesas (FARDC), a CENI não vai precisar do apoio logístico da Monusco, indicou Nangaa.

Enquanto isso, pela primeira vez, desde o encerramen­to da apresentaç­ão das candidatur­as para a eleição presidenci­al, os principais líderes da oposição assinaram uma declaração conjunta.

Jean-Pierre Bemba, Vital Kamerhe e Felix Tshisekedi exprimem a sua solidaried­ade para com Moise Katumbi e reiteram a intenção de apresentar uma candidatur­a conjunta para as próximas presidenci­ais.

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DR Forças Armadas prometem responder aos ataques do M23

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