Oposição une forças para ser alternativa de poder
Com as eleições gerais aprazadas para o próximo dia 7 de Outubro, a oposição são-tomense está a unir as suas forças para se poder apresentar nas urnas como uma alternativa credível de poder. O antigo Presidente Fradique de Menezes é um dos mentores deste
Dois dos principais partidos da oposição em São Tomé e Príncipe chegaram a acordo para criarem uma coligação, a que deram o nome de MDFM/PL-UDD, que se apresentará dia 7 de Outubro nas urnas como “alternativa credível de poder”.
Um dos principais impulsionadores desta coligação é o antigo embaixador de São Tomé e Príncipe nos Estados Unidos, entre 2012 e 2017, o historiador Carlos Neves, eleito novo presidente da MDFM/PL-UDD.
Composta pela União dos Democratas para a Cidadania e Desenvolvimento (UDD) e pelo Movimento Democrático Força da MudançaPartido Liberal (MDFM/PL), esta coligação é composta por elementos com história política no país, entre os quais se destaca o antigo Presidente da República, Fradique de Menezes, que em 2002 liderou o processo de constituição do Partido Liberal.
Carlos Neves, eleito por aclamação presidente da nova coligação, já disse que o principal objectivo desta nova força política é a luta contra a pobreza e a consolidação da democracia pluralista.
Fradique de Menezes, membro honorário da coligação e o seu eventual candidato a Presidente da República, afirmou que esta força política apenas pode ter sucesso eleitoral se for capaz de apresentar um programa de Governo diferente dos que foram sufragados nos últimos 40 anos. Embora diga que não é candidato às eleições presidenciais, a verdade é que Fradique de Menezes tem-se multiplicado em declarações públicas que deixam perceber o contrário.
Fradique de Menezes tem dito, por exemplo, que levar água e energia eléctrica às populações devem ser a prioridade de qualquer governo, não devendo constituir um ponto especial do novo programa de governação.
Fradique de Menezes tem também pedido aos sãotomenses a maturidade suficiente para perceberem que o actual Governo, liderado por Patrice Trovoada, está a instalar a “ditadura do medo” no país, através da criação de um clima de censura na comunicação social que impede a oposição de explicar a razão pela qual o país está a atravessar um período de “enormes dificuldades”.
Apelo ao Presidente Evaristo Carvalho
Uma delegação de partidos políticos da oposição, com e sem assento parlamentar, teve um encontro com o Presidente Evaristo Carvalho, no qual pediu que impeça a aprovação da lei que permite a entrada e permanência de cidadãos estrangeiros no arquipélago por um período de até seis meses sem visto.
Esta proposta de lei, encontra-se, neste momento, em discussão nas comissões especializadas do Parlamento e deve ser brevemente submetida a uma sessão plenária para eventual aprovação.
Esta proposta de lei é uma iniciativa de Patrice Trovoada contra a qual se têm insurgido os partidos políticos da oposição, com e sem assento parlamentar.
“O Presidente parece estar na mesma linha de pensamento que a nossa, tendo em conta que não vê a relevância de uma lei que coloca em perigo a segurança dos são-tomenses”, declarou José Carvalho, líder do Partido da Convergência Democrática (PCD).
Manuel Diogo, presidente da União para o Desenvolvimento da Democracia, diz que “não há turistas que vêm por seis meses, porque normalmente os turistas vêm por oito a 15 dias”.
“Abrir a fronteira para 180 dias é muito, é atrair lixo humano”, considerou Manuel Diogo.
Para Elsa Pinto, antiga ministra da Defesa, a decisão governamental de abrir as fronteiras “vai colocar em causa a segurança dos países vizinhos.”
Os partidos da oposição questionam a decisão do Governo por ocorrer quando faltam apenas dois meses para a realização das eleições gerais, autárquicas e regionais, previstas para 7 de Outubro.
Historiador Carlos Neves, antigo embaixador sãotomense nos Estados Unidos, entre 2012 e 2017, é um dos principais impulsionadores da coligação composta pela UDD e pelo MDFM/PL