Presidente sul-coreano acredita no fim da guerra
Moon Jae-in e Kim Jong-un prometem dar um passo para o fim da guerra e reforço da cooperação
O Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, disse ontem acreditar que a sua visita a Pyongyang em Setembro será um “valente passo” para o fim formal da Guerra da Coreia, informou a AFP.
As duas Coreias acertaram no início da semana uma terceira reunião entre Moon e o líder norte-coreano, Kim Jongun, no próximo mês, para dar prosseguimento à aproximação diplomática iniciada com a cimeira de Abril.
A visita de Moon à capital norte-coreana será a primeira de um Presidente sul-coreano a Pyongyang desde 2007.
Os líderes “dão um valente passo para a declaração do fim da guerra e um tratado de paz”, disse Moon na cerimónia pelo 73º aniversário da libertação do jugo colonial japonês.
Trata-se de mais um passo visando aproximar os dois países, que permanecem tecnicamente em guerra, depois de, no ano passado, as tensões na península coreana terem atingido níveis inéditos desde a Guerra da Coreia (1950-53), devido aos sucessivos testes nucleares e com mísseis balísticos, realizados pela Coreia do Norte, e à retórica beligerante do Presidente norte-americano, Donald Trump.
A Guerra da Coreia, que ceifou a vida de milhares de pessoas de ambos os lados e de soldados aliados, incluindo americanos, terminou com um armistício e não com um tratado de paz, o que coloca tecnicamente o Norte e o Sul ainda em guerra.
Declarar o fim da guerra foi um dos acordos alcançados na cimeira de Abril entre Moon e Kim, mas desde então ocorreram poucos avanços, enquanto a Coreia do Norte e os Estados Unidos estão imersos numa queda de braço em torno da “desnuclearização” de Pyongyang. O Presidente sul-coreano também apresentou a sua visão de cooperação económica com o Norte assim que a península se livrar das armas nucleares.
“Apesar de a reunificação política ainda estar muito distante (...), os deslocamentos livres para um ou outro lado de uma comunidade económica conjunta serão uma verdadeira libertação para nós.” O Governo chinês deu as boas-vindas à próxima cimeira entre as duas coreias, que se celebra em Setembro, em Pyongyang, e disse esperar resultados positivos, numa altura de distensão na península coreana.
“Damos as boas-vindas ao acordo e saudamos os esforços de ambas as partes”, disse o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Lu Kang, num comunicado.
Declarar o fim da guerra foi um dos compromissos alcançados na cimeira de Abril entre Moon e Kim, mas desde então ocorreram poucos avanços
Na segunda-feira, foi anunciado o encontro entre os líderes da Coreia do Sul e da Coreia do Norte, Moon Jae-in e Kim Jong-un, respectivamente, o terceiro este ano.
“A China, como vizinho próximo, alegra-se de ver e apoia o contacto e o diálogo entre o Norte e o Sul da península, assim como os esforços para implementar a Declaração de Panmunjon e promover a reconciliação e a cooperação”, lê-se no comunicado.
“Acreditamos que os esforços ajudarão o processo de desnuclearização a avançar, de forma a alcançar uma solução política na península”, acrescenta.