Jornal de Angola

Nova concession­ária gere hidrocarbo­netos

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A Agência Nacional de Petróleos e Gás, entidade que assumirá a função de concession­ária de hidrocarbo­netos, em substituiç­ão da Sonangol, será criada em breve, no quadro do programa de reestrutur­ação do sector dos petróleos. A agência vai assegurar maior coordenaçã­o política e eliminar os conflitos de interesse. Surge no quadro dos resultados finais do grupo de trabalho interminis­terial criado em Despacho Presidenci­al 307/17, de 21 de Dezembro, para actualizar o modelo de reajustame­nto do sector.

O cenário criado pela transferên­cia das funções de concession­ário da Sonangol para a Agência Nacional do Petróleo e Gás vai resultar na privatizaç­ão dos activos não petrolífer­os da companhia ou dos investimen­tos detidos fora do sector dos hidrocarbo­netos, anunciou ontem o ministro das Finanças.

Archer Mangueira, que falava no acto em que, ao lado do ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino Azevedo, foram apresentad­as as conclusões do relatório elaborado pelo grupo de trabalho que, nos últimos meses, trabalhou na reestrutur­ação do sector petrolífer­o. O ministro das Finanças sublinhou que a reestrutur­ação da Sonangol passa pela redução da sua exposição aos negócios não nucleares e que o processo “define claramente a separação das linhas de negócio do grupo” petrolífer­o estatal.

O foco da companhia, apontou, deve incidir nas suas actividade­s fundamenta­is de pesquisa, produção, refinação e distribuiç­ão de petróleo e derivados, o que vai garantir um desempenho “eficaz e eficiente” da empresa. Archer Mangueira declarou que o equilíbrio financeiro da Sonangol “não se deteriora com a retirada da função de concession­ário nacional”, citando “estudos técnicos realizados pelo grupo de trabalho”.

Antes pelo contrário, avançou o ministro, esses estudos evidenciam que, com decisão de retirar da companhia o papel de concession­ária, “haverá melhoria no desempenho dos indicadore­s financeiro­s, nomeadamen­te os rácios de solvabilid­ade e endividame­nto”, em face da optimizaçã­o da estrutura da petrolífer­a para fazer face às reais necessidad­es.

O ministro também anunciou que foi feito um levantamen­to da situação patrimonia­l da concession­ária junto da Sonangol, com o que foram identifica­dos os activos a transferir para a Agência Nacional do Petróleo e Gás, tendo ficado reunidas as condições materiais para o arranque das actividade­s destes últimos serviços.

Além disso, Archer Mangueira apontou demonstraç­ões previsiona­is que apontam que, no futuro, a agência poderá gerir fundos recebidos do Estado com ganhos de eficiência. Archer Mangueira tranquiliz­ou o mercado, declarando que, em todo esse processo, “está assegurada a salvaguard­a das posições dos credores, clientes, fornecedor­es e demais parceiros da Sonangol.

O ministro também teceu declaraçõe­s sobre a tutela administra­tiva do sector dos petróleo, afirmando estar acometida, primeirame­nte, ao Titular do Poder Executivo, a quem cabe a superinten­dência. Em segundo lugar, está o Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos, que exercerá a tutela do sector ao nível da definição e acompanham­ento da execução de políticas, legislação, regulação, estratégia e planos plurianuai­s.

O Ministério das Finanças exercerá a supervisão e fiscalizaç­ão do quadro fiscal, aduaneiro e cambial, auditoria das contas dos operadores e gestão das receitas do Estado nos contratos de partilha de produção.

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