Executivo prevê dinamizar a Zona Económica Especial
Agentes económicos e industriais pedem remoção de obstáculos e introdução de incentivos fiscais para que tenham capacidade de cobrir 60 por cento das necessidades do país com produção interna
O Presidente da República, João Lourenço, visitou ontem, numa longa jornada de campo, as unidades industriais da Zona Económica Especial (ZEE), para inteirar-se do seu funcionamento, constrangimentos e desafios para o futuro.
A ZEE, com 8 mil hectares e uma área infra-estruturada de 421 hectares correspondendo a 98 lotes, tem hoje um total de 163 unidades industriais, das quais 79 estão em fase de implementação em sectores de actividade como das bebidas, alimentação, materiais eléctricos, montagem de automóvel, mobiliário, materiais hospitalares, higiene e limpeza, entre outras.
A Sonangol Investimentos Industriais (SIIND), que funciona como um veículo de coordenação e gestão, controla 53 unidades industriais. Deste número, 26 foram inauguradas e destas, 22 estão em funcionamento, parte das quais, foram ontem visitadas pelo Presidente da República. Hoje, estas unidades absorvem 1366 trabalhadores directos. Para a implantação das infra-estruturas gerais da ZEE, a SIIND investiu 472.953.730 de dólares.
A visita do Presidente da República à ZEE começou pela Vedatela, uma das 22 unidades controladas pela SIIND, e estendeu-se a outras nove unidades industriais dos mais diversos sectores.
A Vedatela está vocacionada na produção de vários tipos de vedação em arame galvanizados.
João Lourenço visitou, de seguida, a Ninho Flex, uma fábrica de colchões de vários tipos e formatos, com capacidade mensal para produzir 7.700 colchões de espuma, 2.200 colchões de mola, e 3.300 colchões ortopédicos, bem como 1.100 almofadas e bases. A Ninho Flex conta com 51 trabalhadores.
A Meca Metal, dedicada à fabricação e manutenção metalomecânica com uma capacidade instalada de produção de 250 a 300 toneladas mês, foi visitada pelo Presidente da República, tal como a Medvida. Inaugurada em Julho deste ano, a unidade fabril transforma tecido de gaze e “tecido-não-tecido” em compressas e ligaduras médico-sanitárias. Emprega 100 técnicos especializados, dos quais 88 nacionais. Vai produzir anualmente 104 milhões de unidades de compressas de diferentes tamanhos, 47 mil peças de gaze e mais de 1.3 milhões de ligaduras. Durante a jornada de campo, João Lou- renço visitou a Inducabos, que fabrica cabos de baixa e média tensão. A empresa tem a capacidade de 50 toneladas por mês e emprega 48 técnicos. O Chefe de Estado visitou a Mangotal, que fabrica torres metálicas e estruturas para linha de transmissão eléctrica, e anualmente produz 10.800 toneladas, tendo um total 177 postos de trabalho.
O Presidente da República visitou ainda a Unidade Industrial de Galvanização de metal a quente e por imersão, com capacidade de 970 toneladas por mês, a MTBT dedicada à montagem de equipamento eléctrico, como quadros, armários de distribuição, seccionadores, transformadores e isoladores. A capacidade de produção é de 20 mil unidades mensais, e conta com 72 trabalhadores.
A Inducarpin, voltada à produção de mobiliário, a InduPackage, indústria de embalagens metálicas (latas) e a Auto GSG, montadora dos carros de marca Zenza, foram igualmente visitadas pelo Presidente da República.
O director da SIIND, Wilson de Carvalho, apontou constrangimentos por que passa a ZEE como a falta de cambiais, de equipamentos laboratoriais, o problema do direito de superfície e a falta de incentivos fiscais e aduaneiros.
A visita do Presidente da República é crucial para a necessária redinamização da ZEE, pois se perspectiva a sua sustentabilidade baseada na actividade económica e privada