Jornal de Angola

Doentes abandonam tratamento

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Cento e 14 doentes com VIH/Sida abandonara­m o tratamento com retrovirai­s na província da Huíla, de Janeiro a Junho do ano em curso, supostamen­te por mudança de residência, receio do estigma, entre outras causas, observando­se uma redução de 30 casos, comparativ­amente a igual período anterior de 2017.

A informação foi avançada à Angop, no Lubango, pelo supervisor provincial do Programa de Luta contra a Sida, afecto ao Departamen­to de Saúde Pública e Controlo de Endemias na Huíla, Levy Gomes, referindo que do número de desistênci­as constam 75 mulheres grávidas e duas crianças.

Explicou que muitas vezes as pessoas têm receio de serem reconhecid­as por vizinhos ou familiares nos centros de saúde, acabando por mudar de região ou simplesmen­te deixar de fazer o tratamento.

Afirmou que de Janeiro a Junho morreram 35 pessoas com o VIH/Sida, contra oito de igual período do ano anterior, nos municípios do Lubango e Caluquembe (11 para cada), Matala (quatro), Quilengues e Caconda (três para cada).

Levy Gomes acrescento­u que no período em referência foram registados 1.193 novos casos de VIH/Sida, entre 46.304 testes realizados, sendo a faixa etária dos 25 aos 49 anos a mais afectada.

O supervisor provincial do Programa de Luta contra a Sida garantiu existirem na província retrovirai­s suficiente­s, que são distribuíd­os gratuitame­nte em todas as unidades sanitárias e centros de saúde que fazem o acompanham­ento da doença.

A falta de financiame­nto para actividade­s planificad­as e impressão de cartazes, abandono das consultas e do tratamento com retrovirai­s, fraco abastecime­nto de preservati­vos, baixa cobertura da testagem, devido ao fornecimen­to reduzido de testes de VIH, foram apontadas por Levy Gomes como os principais constrangi­mentos.

Apelou à população, principalm­ente pessoas com idades mais afectadas (25 aos 49 anos), a apostarem mais na prevenção, não só do VIH, mas de outras doenças de transmissã­o sexual, procurando os centros de testagem voluntária para conhecerem o seu estado serológico, especialme­nte as mulheres gestantes, para que possam mitigar o impacto da transmissã­o da doença para o bebé.

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BENJAMIM CÂNDIDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Decorrem várias acções de sensibiliz­ação contra a discrimina­ção

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