Angola importou menos de Portugal
Angola importou de Portugal menos 135 milhões de euros no primeiro semestre deste ano e exportou mais 315 milhões comparativamente a igual período de 2017. A evolução das trocas com Angola penalizou o défice do comércio externo de Portugal, onde as trocas com o estrangeiro abrandaram.
Angola exportou para Portugal, no primeiro semestre, mais 315 milhões de euros que em igual período do ano passado, e importou menos 135 milhões, de acordo com dados publicados quinta-feira pela imprensa daquele país.
Os números indicam que a evolução das trocas com Angola penalizou o défice do comércio externo daquele país, onde o comércio com o estrangeiro abrandaram de um crescimento de 12,2 por cento de Janeiro a Junho de 2017 para 6,6 no mesmo período deste ano.
Os dados também apontam, para os primeiros seis meses deste ano, uma desaceleração das trocas de Portugal com a China, para onde Lisboa exportou menos, o equivalente a 105 milhões de euros, e de onde importou mais 110 milhões.
No fundo, escreveu uma publicação da imprensa portuguesa, o que mais penalizou o défice comercial foi a desaceleração das exportações para Angola e a China, sendo as trocas com o nosso país “o caso mais grave.”
evolução das trocas com Angola penalizou o défice do comércio externo de Portugal, onde o comércio com o estrangeiro abrandou de um crescimento de 12,2 para 6,6 por cento
O peso das exportações portuguesas para Angola - o oitavo maior destino das vendas daquele país ao estrangeiro - incide sobre os produtos agro-alimentares, máquinas e aparelhos. As vendas à China são principalmente de madeira, cortiça e papel.
Ainda assim, as exportações daquele país estão a aumentar, com as vendas ao exterior a expandirem nos primeiros meses para destinos como Espanha, Alemanha, França, Itália e Áustria.
Só em Junho, as importações portuguesas aumentaram 18,1 por cento, enquanto as exportações cresceram 8,6. “Excluíndo os combustíveis e lubrificantes, em termos homólogos, em Junho de 2018, as exportações cresceram 6,8 por cento e as importações aumentaram 10,3”, de acordo com dados do Instituto Nacional Estatística (INE) de Portugal.
Recorde-se que esta evolução ditou um agravamento do défice comercial de 641 milhões de euros para um total de 1,68 mil milhões de euros. A situação do défice comercial de bens e serviços é grave tendo em conta que já se vinha a desenhar esta tendência: no primeiro trimestre, já tinha duplicado face ao mesmo período de 2017.
Os dados fazem parte de uma análise realizada pelo economista Walter Anatole Marques, do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia de Portugal.