Divisas mais acessíveis nos bancos comerciais
O acesso às divisas nos bancos de Comércio e Indústria (BCI), de Fomento Angola (BFA) e Angolano de Investimentos (BAI) esteve nesta semana, mais facilitado.
O “Jornal de Economia & Finanças” apurou junto de agências que esses bancos apenas solicitam aos clientes a apresentação do bilhete de passagem e vistos válidos para destinos com tal exigência, além do contravalor em kwanzas disponível na conta.
Cumpridos estes requisitos, o interessado pode comprar até 2.500 euros por trimestre e não exceder os 10 mil por ano, ao câmbio variável de acordo com a margem fixada pelo Banco Nacional de Angola (BNA).
Este cenário faz com que, nos balcões, sejam atendidos os pedidos de compra de moeda externa remetidos pelos clientes com alguma normalidade.
O BCI cotou, esta semana, o euro a 340 kwanzas, enquanto no BAI a taxa estava fixada a 327 e no BFA a 335.
Na semana em que o BNA apurou uma taxa média ponderada de 306 kwanzas por euro, a venda de divisas no mercado informal está a 420 kwanzas para o euro e 380 para o dólar. Esta aproximação do câmbio formal ao do informal está a fazer com que as cambistas de rua obtenham menor margem de lucro e uma procura mais reduzida.
No bairro Mártires de Kifangondo, antigo bastião do mercado informal de divisas, vende-se “camufludamente”, sendo necessário ligar para os contactos de pessoas conhecidas e levantar a quantia acordada em local pouco frequentado por transeuntes.
Redefinição das regras
A bancária Milza Rodrigues disse à nossa reportagem que a transparência no acesso às divisas e medidas do Banco Nacional de Angola (BNA) deram maior credibilidade e melhoraram a conduta dos bancos na transacção de divisas.
A também jurista que lida com matéria de “conformidade legal” (compliance) na banca, entende que a redefinição das regras, tanto as de acesso, como as de revenda de divisas que, semanalmente, são disponibilizadas pelo banco central, foi um passo positivo que faz com que, neste momento, exista menos pressão, embora a procura junto dos bancos ainda seja alta.
De acordo com Milza Rodrigues, não se deve pôr de parte também a eficácia do câmbio flutuante adoptado desde Janeiro deste ano pelo BNA, pois tem feito com que a diferença entre os câmbios formal e informal não seja muito acentuada, porque os bancos comerciais participam na definição da taxa de câmbio. “Essa acção coordenada, além de garantir maior estabilidade, também permite que a taxa média ponderada reflicta a realidade do mercado”, disse.
A bancária disse que a área de supervisão do banco central deve continuar a acompanhar os operadores, sobretudo para entregarem informação detalhada das necessidades, beneficiários e de como está a ser processada a afectação de divisas aos clientes finais.
Transacções cambiais
O Banco Nacional de Angola (BNA) efectuou, esta semana, uma sessão de venda de divisas em leilão aos bancos comerciais, com a colocação de 35 milhões de euros no mercado.
Os valores disponibilizados atenderam as rubricas “viagens”, “ajuda familiar”, “saúde”, “propinas escolares”, incluindo “salários de trabalhadores expatriados” até ao limite individual mensal equivalente a 15 mil euros.
Desta sessão, foi apurada uma taxa de câmbio média ponderada de 306,400 kwanzas por euro, com uma variação de 1,669 por cento.
Contribuíram para o apuramento da taxa de câmbio de referência 23 bancos, tendo a taxa mais alta sido de 307,248 kwanzas por euro e a mais baixa de 305,891.