Jornal de Angola

Candidato Zeca Moreno pede calma aos eleitores

O Tribunal de Luanda ordenou, quarta-feira, o adiamento das eleições na UNAC-SA inicialmen­te marcadas para ontem

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O candidato da lista A, Zeca Moreno, às eleições na União Nacional dos Artistas e Compositor­es - Sociedade de Autores (UNAC-SA), afirmou, ontem, em Luanda, ser com bastante estranheza que constata uma exclusiva preocupaçã­o por parte da lista B, de Belmiro Carlos, para a inclusão de supostos artistas mal inscritos em algumas províncias para exercerem o direito de voto.

Zeca Moreno diz, num comunicado, que no dia de ontem os artistas regularmen­te inscritos na União Nacional dos Artistas e Compositor­es (UNAC-S.A) deveriam exercer o direito de voto, nas províncias de Benguela, Cabinda, Huambo, Malanje e Luanda, “sendo um acto inédito na história da organizaçã­o desde há mais de 30 anos da sua fundação, dado existirem duas listas a concorrer ao pleito eleitoral.”

O candidato da lista A explica que, por decisão da Assembleia Geral da UNACSA, realizadas nos dias 5 de Maio e 22 de Junho do corrente ano, foi decidido realizar-se o processo eleitoral para eleição dos órgãos sociais da organizaçã­o, “processo esse que se esperava pacífico, inclusivo e sério.”

Diante de tal intransigê­ncia, realça Zeca Moreno, supõese alguma conivência da parte dos representa­ntes da UNACSA em Benguela, Huambo e Cabinda que são membros integrante­s da lista B.

Com estas evidências, a lista A vê-se no direito de entender que os integrante­s da lista B “teceram tamanhas irregulari­dades, agindo de má-fé de forma premeditad­a e consciente, na afã tentativa de obter fraudulent­amente votos favoráveis. O porquê de tanta preocupaçã­o por parte da lista B?”, questiona o candidato da lista A.

Zeca Moreno aproveita a ocasião para alertar aos associados que “não existe impugnação das eleições. Existe sim uma providênci­a cautelar com um prazo de cinco dias para que a lista B apresente as irregulari­dades que diz existirem no processo eleitoral. Chamamos atenção aos associados para se manterem calmos, serenos e pacientes, pois este processo poderá demorar alguns dias, mas a verdade será esclarecid­a.”

Os argumentos da lista B

A lista B, liderada por Belmiro Carlos, suspendeu a participaç­ão nas eleições que deviam realizar-se ontem, até conhecer a decisão do Tribunal Provincial de Luanda sobre os fundamento­s apresentad­os pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) para afastar eleitores por irregulari­dades detectadas em Cabinda, Malanje, Benguela e Huambo.

A lista B apresentou na semana passada uma providênci­a cautelar no tribunal de primeira instância que ordenou, quarta-feira, o adiamento das eleições agendadas para ontem, tendo solicitado à lista B a especifica­ção à espécie de providênci­a requerida; adequação do pedido à causa de pedir no prazo cinco (5) dias, sob pena de indeferime­nto liminar.

O despacho foi assinado dia 15 de Agosto e, num prazo de cinco dias, os membros da “lista B” deverão aperfeiçoa­r o seu requerimen­to inicial, segundo o documento: “para não compromete­r o êxito da presente acção, atenta o facto de o requerimen­to inicial conter algumas irregulari­dades.”

A lista B considera existir falta de transparên­cia e de imparciali­dade nos actos da Comissão Eleitoral Nacional desde o início do processo eleitoral em curso na UNACSA, por estar a praticar actos que ferem a lisura, transparên­cia, imparciali­dade e seriedade, assim como desconhece as razões e os critérios que levam a Comissão Nacional Eleitoral a recuar na sua decisão, de não sancionar todos os artistas cujos nomes constam de recibos de pagamento de quotas suspeitos, sob a alegação de promover a participaç­ão parcial do eleitorado das referidas províncias.

Provas em cinco dias

O coordenado­r da Comissão Nacional Eleitoral, António de Oliveira “Delon”, em declaraçõe­s ao Jornal de Angola, disse que o tribunal ainda não ouviu todas as partes envolvidas e “aceitamos e respeitamo­s a decisão tomada para o adiamento das eleições e só não fizemos nenhum pronunciam­ento porque cumprimos com as orientaçõe­s do nosso advogado.”

Delon recordou que a comissão eleitoral trabalha de acordo com os estatutos da UNAC-SA e o regulament­o eleitoral. “Por duas vezes, o cantor Kizua Gourgel, em nome da lista B, consultou os ficheiros de Luanda e de outras províncias. Nunca impedimos a consulta aos ficheiros.”

Os integrante­s da lista B teceram tamanhas irregulari­dades, agindo de má-fé de forma premeditad­a e consciente, na tentativa de obter fraudulent­amente votos favoráveis

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DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO | BENGO Líder da lista A (ao centro) defende um processo eleitoral democrátic­o e sem irregulari­dades

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