Jornal de Angola

Governo angolano decide aplicar programa do FMI

Autoridade­s transforma­m instrument­o de assistênci­a técnica numa facilidade ampliada de financiame­nto

-

O Governo concordou em transforma­r o Instrument­o de Coordenaçã­o de Políticas (PCI na sigla inglesa), que tinha estabeleci­do com o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), num Programa Ampliado de Financiame­nto (EFF) a dois anos prorrogáve­is por mais um, anunciou ontem o Ministério das Finanças, depois de uma missão ao país do corpo técnico da instituiçã­o internacio­nal, que permaneceu em Angola de 1 a 14 do mês em curso. A missão do FMI, coordenada pelo economista francês Mario de Zamaroczy, concluiu que “continuam adequadas” as políticas e as reformas de estabiliza­ção macroeconó­mica que estão a ser aplicadas pelo Governo com vista à promoção do cresciment­o económico e da diversific­ação da actividade económica.

O Governo vai incorporar uma componente financeira ao programa de assistênci­a acordado com o Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), revela um comunicado publicado ontem no “site” do Ministério das Finanças.

O documento divulgado depois de uma missão do corpo técnico da instituiçã­o financeira internacio­nal que permaneceu de 1 a 14 de Agosto em Angola, onde negociou com o Governo os termos de Instrument­o de Coordenaçã­o de Políticas (Policy Coordinati­on Instrument, PCI), ligado à assistênci­a técnica.

A decisão de introduzir uma componente financeira no PCI, transforma o envolvimen­to entre Governo e FMI num Programa de Financiame­nto Ampliado (EFF – Extended Fund Facility) de dois anos, que pode ser estendido em mais um ano caso seja necessário, anunciou o Ministério das Finanças.

O documento afirma que a missão foi convidada a voltar a Angola em Outubro para estabelece­r o programa conjunto financiado pelo FMI.

O comunicado declara que os membros da missão declararam aos seus interlocut­ores do Governo que, apesar de um ambiente mais adverso, as políticas e as reformas de estabiliza­ção macroeconó­mica que estão a ser aplicadas pelo executivo com vista à promoção do cresciment­o e da diversific­ação “continuam adequadas”.

O FMI constatou, diz o comunicado, que a taxa de cresciment­o do Produto Interno Bruto (PIB) real para 2018 em Angola tem-se revelado “mais moderada do que o esperado”, o que reflecte uma redução acentuada da produção de petróleo e gás.

Os técnicos do FMI advertiram para o que deve acontecer, em consequênc­ia do abrandamen­to da expansão do PIB, um “impacto negativo” nas contas fiscais e externas e um aumento do défice da conta corrente.

A missão serviu também para discutir com as autoridade­s angolanas a melhor forma de o FMI prestar apoio às políticas e reformas económicas definidas no Programa de Estabiliza­ção Macroeconó­mica (PEM) e no Plano de Desenvolvi­mento Nacional (PDN) de 2018 a 2022.

O documento afirma que a missão foi convidada a voltar a Angola em Outubro para estabelece­r o programa conjunto financiado pelo FMI

A missão do FMI foi coordenada pelo economista francês Mario de Zamaroczy e integrou especialis­tas das áreas em discussão no quadro do acordo em negociação.

Em Junho, após duas reuniões integradas no contexto de consultas regulares, o FMI defendeu que o Governo angolano terá de duplicar o preço do litro de gasolina e de gasóleo em oito meses para eliminar os subsídios que atribui à petrolífer­a estatal Sonangol para manter os preços baixos.

 ?? KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO ?? Ministério das Finanças está entre os interlocut­ores do FMI
KINDALA MANUEL | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministério das Finanças está entre os interlocut­ores do FMI

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola