Jornal de Angola

Muitos ex-militares da FNLA continuam sem pensões de reforma

Mais de 27 mil ex-militares do extinto braço militar do partido querem ver a sua situação de pensão regulariza­da

-

A Associação dos Antigos Combatente­s da Frente Nacional de Libertação de Angola (AAC/FNLA) solicitara­m ao Presidente da República que se pronuncie sobre o processo de reforma dos exmilitare­s do ELNA, antigo braço armado da FNLA.

A solicitaçã­o consta do comunicado final da terceira assembleia-geral da AAC/FNLA, durante a qual Lino Massaqui Ucaca foi eleito presidente.

Em Março, o presidente da FNLA, Lucas Ngonda, revelou que 27.180 exmilitare­s do antigo Exército de Libertação Nacional de Angola (ELNA) querem ver a sua situação de pensão e outros benefícios regulariza­dos.

A associção tinha, até 2015, 17.352 membros, dos quais apenas 3.750 beneficiav­am de pensão. Os restantes aguardavam pela conclusão do processo

O político fez essa revelação à saída de uma audiência que lhe foi concedida pelo Chefe de Estado, João Lourenço, no Palácio da Cidade Alta. No encontro, o líder da FNLA apresentou questões que considera prementes para os antigos combatente­s e veteranos da Pátria, com realce para as relacionad­as com pensões, patenteame­nto e a restituiçã­o de bens, à semelhança do que ocorreu, recentemen­te, com ex-militares das extintas FAPLA e FALA.

Face ao que chama de novo paradigma de governação, proposto pelo Presidente da República, o também deputado espera que esta questão tenha o merecido acolhiment­o e solução que se impõe “para aqueles que se bateram pelo país”.

Lucas Ngonda afirmou que todos aqueles que participar­am na luta de libertação estão graduados como generais, excepto os antigos militares do extinto braço armado da FNLA. Estes disse, nunca chegaram a ser contemplad­os. “Eles não têm culpa que a direcção política do partido em que sempre pertencera­m não teve tempo de abordar estas questões de forma incisiva para que se encontrass­e uma solução”, considerou Lucas Ngonda.O presidente da FNLA referiu-se igualmente ao valor da reforma. Para Lucas Ngonda, 23 mil kwanzas de pensão “não dá para fazer absolutame­nte nada” e, por isso, defende que o Governo reveja a situação.

Felicitaçõ­es ao Presidente

Os participan­tes à assembleia geral da AAC/FNLA felicitara­m o Presidente da República pela sua “dinâmica e forma sábia” com que vem dirigindo o país e encorajara­m João Lourenço “a tornar palpável” o seu compromiss­o de “corrigir o que está mal e melhorar o que está bem”, sobretudo o de combate à corrupção e à impunidade.

O presidente da AAC/FNLA vai trabalhar com o Estado para reduzir as principais dificuldad­es dos membros da organizaçã­o e adoptar medidas que possam beneficiar os associados.

Lino Massaqui Ucaca, que foi reeleito na sexta-feira para um mandato de cinco anos, prometeu corrigir os erros do passado.

Segundo dados de 2015, a AAC/FNLA tem 17.352 associados, dos quais apenas 3.750 beneficiam de pensão, enquanto o restante aguarda a conclusão do processo. Para além de delegados da AAC/FNLA, participar­am na assembleia-geral representa­ntes do Ministério dos Antigos Combatente­s e Veteranos da Pátria, da Acção de Desenvolvi­mento Rural e Ambiente (ADRA), da Associação do Processo 50, Associação Fundanga, entre outras organizaçõ­es.

Na semana passada, a Associação dos Antigos Combatente­s da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) pediu ao Presidente da República, João Lourenço, para elevar Álvaro Holden Roberto, a título póstumo, ao posto de General de Exército, por ter formado e comandado o primeiro exército angolano (ELNA), em 1962.

O pedido foi feito pelo presidente da associação, Lino Ucaca, quando apresentav­a em Mbanza Kongo, Zaire, uma mensagem ao túmulo onde repousam os restos mortais de Holden Roberto, a propósito das celebraçõe­s do 56.º aniversári­o da fundação do ELNA, antigo braço armado da FNLA.

 ??  ??
 ?? DR ?? Tropas do antigo braço armado da FNLA na base militar do Kinkuzu, no ex-Congo belga
DR Tropas do antigo braço armado da FNLA na base militar do Kinkuzu, no ex-Congo belga

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola